sexta-feira, dezembro 29, 2006

Bom meus caros, vou mais uma vez para terras algarvias, trabalhar mais um pouco, que a vida não está fácil!
Prometo tentar postar uma vez por dia, mas não garanto nada.
Provavelmente encontramo-nos em 2007.
Até lá, portem-se mal!

Frase do dia

Somos educados na cultura do não cuidado...

Vidas

Uns chamam-na leviana, outros imatura e há aind quem diga que ela apenas aproveita a vida.
Ela quer crer que imaturamente aproveita a vida, com uma certa dose de leviandade, mas que nunca se arrependerá do que poderia ter feito.

Confrontos

Já tinham tocado as 12 badaladas... a euforia era geral!
De repente ela encontra-o.
Já tinham sido amantes, muito bons amantes, mas agora eram apenas bons amigos.
Mas ela repara que o seu olhar estava baço, triste... Olhou-o seriamente e perguntou-lhe o que se tinha passado.
Ele olhou-a e começaram as lágrimas a cair-lhe pela face abaixo... "Ela bateu-me... Não suporto mais..."
Sem perceber nada, ela pega-lhe na mão e fá-lo sentar um pouco. Pede dois shots e volta a tentar perceber... "Mas bateu-te como? Na cama?!? Mas tu gostas de um pouco de violência..."
Cada vez mais triste levantou a cabeça, bebeu o shot e disse-lhe: "Ela bate-me. De facto."
O silêncio foi petrificante.
Se tivesse sido uma amiga dela a dizer-lhe que o namorado lhe batia, ela teria reagido violentamente, indignadíssima, aconselhando-a vivamente a apresentar queixa na polícia... Mas assim... Ela não conseguiu ter reacção...
Ele continuava a desbobinar tudo o que lhe estava encravado na alma, e ela nada mais conseguiu fazer do que afagá-lo no seu colo e dizer-lhe que estava ali, sempre, e que tinha saudades suas.
Acabaram a noite juntos, mas estranhamente e ao contrário dos velhos tempos em que juntos na cama se transformavam em dois verdadeiros animais sexuais, ele foi o homem mais dócil à face da terra, amando o seu corpo de tal forma que a fez sentir a mulher mais desejada...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Que nervos!

Porque raio é que fica toda a gente muito espantada quando uma mullher bonita, atraente, simpática e inteligente diz que não tem namorado?

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Silêncios ensurdecedores

Mesmo quando as palavras não são usadas, chegamos a um ponto em que o silêncio se torna insuportável e indecifrável...

Para começar bem 2007

Se dia 1 é feriado, alguém me explica porque é que anda tudo irritadiço por não haver tolerância de ponto para dia 2???

Tratmento de choque






Porque nunca é de mais relembrar, por mais chocante que seja...

Pergunta do dia

Serão as insistentes projecções das mulheres contemporâneas como rapariguinhas histéricas, preguiçosas e imaturas um reflexo da realidade ou uma projecção de fantasias e desejos de que as mulheres se mantenham assim?

terça-feira, dezembro 26, 2006

Reflexos

Acendo um cigarro.
A perder-me na tua luz, no teu rosto, no teu poder...
Lua, és eterna dentro de mim.

Islão na Europa


A Oranienstrasse, em Berlim, é o coração da "Pequena Istambul". É a área do planeta com mais turcos fora da Turquia e abriu agora o primeiro centro para a terceira idade destinado exclusivamente a muçulmanos de origem turca.
Os homens são tratados por homens e as mulheres apenas por mulheres, costumes essenciais para esta comunidade, em especial para a geração que chegou à Alemanha nos anos 60, que vive de forma intensa e ainda bastante rígida as tradições e regras da religião muçulmana.
Este passo é extremamente positivo para a integração e bem-estar dos imigrantes.
Ao todo, trabalham no centro 75 pessoas que falam turco e alemão fluente e todas as actividades são adaptadas ao tipo de vida dos 155 turcos que desde há dias aqui têm a sua nova casa.
E este é um negócio com horizontes de sucesso bem definidos. Em 2020 espera-se que o número de turcos em idade de reforma duplique e esta é uma forma de cada um poder escolher o que mais se adapta à sua forma de ser e pensar numa sociedade multicultural como a alemã.

Adeus Pai

Moreu o "Pai da Soul", aos 73 anos.
Mais uma estrela que se apaga.

PETA

(aqui)

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Já está


Espero que o vosso Natal tenha sido tão bom como o meu.
Gargalhadas, encontros, sorrisos, bons copos e muita comida!
Que agora venha a passagem de ano!

domingo, dezembro 24, 2006

É Natal!

Hoje acordei sem me lembrar o que é que tinha para fazer e só depois de algum esforço é que me lembrei que hoje é dia de familia, véspera de natal...
Os anos passam e com eles desvanecem-se as ansiedades natalicias...
A única satisfação que subsiste é a de estar com a familia toda reunida à volta da mesa e a preocupação, que de ano para ano aumenta, dos quilos cada vez mais fáceis de ganhar e mais dificeis de tirar...
Enfim... Bom Natal!

Constatações

Queixamo-nos sempre do pouco que temos, da precariedade em que vivemos, mas o que é certo é que pouco ou nada fazemos para mudar e chegamos até a boicotar qualquer hipótese de mudança...

Just

Quando as pessoas andam demasiado ocupadas com elas mesmas, esquecem-se que uma simples sms a dizer simplesmente "Olá" pode salvar amizades de anos que se podem perder em segundos...

sábado, dezembro 23, 2006

Que sejam tdos felizes

Que o natal seja todos os dias.
Ponham um sorriso nos lábios e tenham diáriamente noção do quão sortudos são por poderem sorrir.
Que nunca se esqueçam que às vezes basta um sorriso para remediar muitas coisas e que tudo será mais fácil se levantarmos a cabeça e olharmos para todos os outros que nos rodeiam.

BOOOOMMMMMMM NATAAALLLLLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bom Natal

(aqui)

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Mundos

Há coisas que me conseguem surpreender pela negativa.
Ou sou eu que estou errada, ou efectivamente não pertenço a determinado tipo de esferas que esperam demasiado, mas quando o têm se sentem violados.
A partilha, a sinceridade e a falta de falsos puritanismos e a diferença ainda assustam...

Medo

São horas e horas a pensar que fazer e o que dizer.
Nada surge.
As imagens sucedem-se e os cheiros intensificam-se, uma catarata de sensações mina a minha mente.
Fecho os olhos e são agressivos os flash's que me assaltam...
A pele arrepia-se , o corpo fica tenso, a boca seca... As palavras escasseiam e com elas diluiem-se as intenções...

Só isto

Por que raio haverias de querer a minha alma na tua cama?
Disse-te todas as palavras líquidas, deleitosas, ásperas e obscenas, porque era assim que gostavas.
Sem mentiras.
Gozo, prazer, lascívia...
Nem sequer te omiti que a minha alma não está, nem nunca estará aqui, a minha alma está além, buscando aquele outro que nem tu nem eu sabemos quem é.
Por que haverias tu de querer a minha alma na tua cama?
Contenta-te com a memória de coitos e de momentos sublimes.
Podes tentar outra vez... tenta-me de novo. Obriga-me.
Dá-me infinitamente prazer, mas deixa a minha alma em paz.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Lua

(aqui)

Beirute

Desejo VII ::e último::

Ele era robusto, atraente e provocador...
A sua profissão excitava-a, ele era P.E. numa das cidades mais perigosas do país... E agradava-a muito...
O contacto foi-se estabelecendo devagar, sorrateiro, sem grande alarido...
Um dia, do nada, aconteceu algo mais forte do que todas as forças racionais, ele agarrou nela com pulso firme, como se a estivesse a deter, e sussurrou-lhe ao ouvido: "Vais ser minha. Hoje. Agora!"
Agarrou-a de uma maneira que a deixou totalmente rendida, excitadíssima com tal dominação e levou-a para um sítio tranquilo.
Sem a deixar pronunciar uma única palavra ou pensar sequer, encostou-a a uma parede e cego por um desejo incontrolável de a dominar e possuír, começou a beijá-la e a acariciá-la.
Ela pouco ou nada conseguia fazer, a não ser receber o carinho e a tesão que ele lhe dava e transbordava...
O seu corpo era perfeito e os seus beijos deliciosos.
Foram momentos de inexplicável desejo e prazer em que ambos transcenderam os seus corpos para um estado puro de satisfação total....

Tá mal!

Para quem acompanhou a saída em directo do pai Natal da Lapónia hoje de manhã, pode ter cosntatado que este podia se acusado de duas coisas:
Exploração infantil - os duendes são crianças - e despedimento sem justa causa - provavelmente devido à crise já só resta uma rena e do Rodolfo nem sombras...
Mas como é uma figura pública e mediática todos fazem de conta que não vêem nada...

terça-feira, dezembro 19, 2006

Pergunta do Dia

Como foi o dia em que morreste por dentro?

Desejo VI

A noite começou bem, ela foi jantar com um casal amigo a um restaurante russo que adorava, comeram peixe cru, marinado com pimenta e beberam muito vodka, do melhor que há e bem gelado... A conversa fluiu solta e cativante, e as horas voaram nos relógios esquecidos a partir do momento que entraram no restaurante.
O ambiente era de tensão latente, estava um clima de sedução inerente a todas as palavras que eram ditas e os olhares denunciavam vontades que até aqui nunca tinham sido evidentes. Parecia estar tudo a caminhar para o sentido de que íam os três para casa, mas ela não queria...
Não naquela noite em que já tinha na cabeça o olhar penetrante e as mãos fortes e suaves daquele que realmente a enchia de vontade e com quem não estava há mais de três meses...
Despediu-se do casal no meio de uma confusão infernal de sábado à noite, debaixo de uma chuva miudinha que tendia a engrossar.
Sozinha, mas decidida a cumprir o seu objectivo, caminhava a passo acelerado por entre as pessoas e percebeu naquela altura que já estava com um copo a mais. Respirou fundo, usou todas as suas forças para se controlar e com o seu maior charme furou a fila gigante que se amontoava debaixo do pequeno toldo à porta do bar da moda ao lado do sítio que era o seu objectivo final.
Passando à frente de todos os que ali esperavam pela sua vez ao frio e à chuva, entrou e lá dentro a casa estava cheia de rostos desconhecidos.
Sem mais demoras, dirigiu-se ao balcão, fez a festa do costume à amiga que trabalha no bar, e pediu mais um vodka puro com gelo, que bebeu de supetão enquanto punha a conversa e as fofoquices em dia.
O ambiente era de festa mas ela tinha que olhar nos olhos daquele gato selvagem que trabalhava na casa ao lado. Despediu-se e saiu.
10 passos depois estava perante uma realidade completamente antagónica da anterior, a porta estava vazia e mal acabara de dizer "Boa noite" já o porteiro lhe tinha dito para entrar.
Entrou e o seu olhar feroz e sequioso buscava uma só imagem, um só corpo, aniquilando completamente todos os outros que por ela passavam e lhe toldavam a visibilidade.
A ansiedade começou a aumentar visivelmente quando não o encontrou em lado nenhum... Parou junto a um dos bares, pediu mais um vodka puro com gelo, e juntamente com o pagamento perguntou por ele... "ah, está na sua pausa..." aquilo pareceu-lhe muito estranho... Acendeu um cigarro, e deixou-se ficar encostada ao balcão, bebericando o seu néctar, e na expectativa de de o ver a qualquer momento.
O cigarro acabou e com ele a sua paciência. Deixou a vodka em cima do balcão, agarrou nas suas coisas e decidiu procurar mais uma vez.
Encontrou-o, noutro bar.
Parou a uma certa distância do balcão e observou-o a trabalhar, na sua languidez de gato felino, sempre pronto a atacar.
As suas entranhas gelaram de prazer só de o voltar a ver. Concluiu que apesar de já não o ver há 3meses e de não lhe tocar há tanto ou há mais tempo, ainda tinha bem presente na sua memória cada contorno das suas costas, do seu peito, dos seus ombros...
Aproximou-se, mas quando ele a viu a reacção não foi a que ela esperava.
Sorriu-lhe, deu-lhe dois beijos e foi ternurento com ela como sempre fora, mas faltava ali aquele fogo de sempre, aquela química mútua que sempre os mantivera em sintonia.
Perante isto, mudou automaticamente de táctica. Deixou para trás todas as palavras doces que lhe apetecia dizer e simplesmente o informou de que só passara para lhe dar um beijo e que estava a ir para casa. Ele sabia o caminho, se quisesse que a encontrasse lá...
Derrotada pelo cansaço, pelo álcool, mas principalmente pela constatação de que afinal o tempo mata desejos, apanhou um táxi e foi para casa.
Lá fora chovia torrencialmente.
Ela sabia que ele não vinha.
Despiu-se lentamente, olhou o seu corpo nu em frente ao espelho e nem ela própria se desejava naquele momento.
Tomou um banho quente e demorado, tratou-se como uma princesa na tentativa frustrada de recuperar o seu orgulho ferido de gata rejeitada, mas de nada adiantou.Vestiu-se e deitou-se.
Pegou no telefone e mandou-lhe uma mensagem... "Vou dormir"
E assim fez.

As louras famosas


Acordei e acendi a televisão.
Como só tenho 4 canais e os restantes 3 estavam nos seus momento publicitários, deparei-me com Lili Caneças e Cinha Jardim, juntas na TVI a falar sobre crimes hediondos.
Medo! Muito medo!
Espantosamente, até gostei de ouvir a Lili a falar, até parecia uma Srª Drª! Discurso fluído, articulado, com notável conhecimento da matéria abordada e uma segurança que lhe desconhecia.
Já Cinha, perdida e desarticulada, fazia lembrar a Lili de outros tempos, que falava falava e não dizia nada... deve ser a crise dos 50 que ataca as louras famosas do nosso país...

Find the killer

Foi detido mais um suspeito do assassínio de 5 prostitutas em Inglaterra.
Sobre este suspeito e a sua ligação a tais crimes não há qualquer informação a não ser o diz que disse do Sunday Mirror que afirma que o agora suspeito já havia sido interrogado várias vezes pela polícia por conhecer as cinco mulheres assassinadas.
Tudo isto a mim não me parece nada verosímil...
Não será esta mais uma manobra de tranquilidade social?

JUST

Realidade Virtual

É estranho quando o virtual passa a real.
As palavras não fluem e os contrangimentos que virtualmente não existem vêm à superficíe.
Realmente nunca somos a mesma pessoa em todos os contextos.
Temos uma capacidade de nos converter, transformar, mudar...
Por estas e por outras que não sou apologista da transposição de determinadas barreiras. Cada esfera a si pertence e há coisas que devem ficar nos seus lugares, porque se forem deslocadas estragam-se, descontextualizam-se.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

BIG BIG Ballantine's PARTY

Foi uma festa ao mais alto nível.
Qualidade, arte, estética, boa música e boa onda...
Quem não esteve não sabe o que perdeu!


Desejo V

Ela já não encontrava alguém com quem se encaixasse tão bem na cama há já algum tempo.
Trabalhavam juntos e desde o dia em que ele chegou que ela o tinha fisgado e prometido a si mesma que algo havia de acontecer...
A comunicação foi-se estabelecendo e o feeling ganhando terreno e abrindo portas para o desejo mútuo.
Tinha que acontecer. Aconteceu numa manhã quente, depois de uma noite louca e longa.
Não foram precisas palavras... Ela entrou para casa dele, sentou-se na cama e acendeu um cigarro. Ele, 5 anos mais novo do que ela, ficou de pé, à sua frente num misto de espanto e de tesão, olhando-a.
Quando consegiu finalmente dominar o turbilhão de emoções que o assaltavam, despiu-se, apagou-lhe o cigarro e deitou-a sobre a cama.
O seu rosto de puto mimado começava agora a transformar-se numa expressão transbordante de desejo.
Os seus gestos delicados davam agora lugar a uma força por vezes desmedida e a um instinto selvático que encaixava perfeitamente com a subtil brutalidade que ela também gostava de exrcer.
Era perfeito. Uma sintonia de movimentos, de vontades e de desejos. Uma saudável competição entre os dois a ver quem conseguia dominar o outro durante mais tempo.
As horas voaram e terde se aperceberam que já era outra vez de noite.
Estava na hora de voltar à realidade.
Ela levantou-se e foi a casa.
Tomaram banho e arranjaram-se para mais uma noite de trabalho.
Saíram, jantaram e chegaram juntos ao bar.
Olharam-se uma última vez, sorriram e cada um voltou à sua vida normal.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O mundo em que vivemos

Devia ter uns 19 anos.
Cadeira de rodas. Ambos os membros inferiores amputados.
Africano.
Ajudado por um amigo entra no comboio. É hora deponta.
Estranhamente todos saíram pela porta ao lado.
Quando chegou ao seu destino, ninguém o ajudou a descer.
Ele era transparente.
Praguejei, levantei-me e tentei ajudar.
Só aí é que outra pessoa (do género feminino) se levantou e nos ajudou aos dois.
A ele na sua indignação e a mim na incredibilidade do que estava a presenciar...

A não perder

A Festa do Ano...
Quem quiser comparecer só tem que confirmar presença aqui

Me, Myself and I

Não sou certinha, não sou calma, não penso numa coisa de cada vez...
Tenho o sangue quente, adoro fazer abanar o andor e quase fazer cair o santo, adoro brincar...
As minhas gargalhadas são estridentes, falo baixo, tão depressa expludo de alegria como me afundo na tristeza.
Não me faço de coitadinha e não choro à toa por falta de coragem. As lágrimas quando me correm pela cara ajudam-me a aprender, vão e vêm, são o momento em que tudo é genuíno.
Faço o que quero e quando quero.
Nada nem ninguém me vai controlar a não ser eu mesma...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Desejo IV

Ele apareceu mais cedo do que era suposto.
Surpreendeu-a por trás, ela tinha acabado de sair do banho...
Agarrou-a e beijou-lhe o pescoço... Puxou-a pelos cabelos e obrigou-a a olhá-lo nos olhos antes de se lançar sobre ela e a devorar inteira, ali no chão gelado da casa de banho.
Nem teve tempo de pronunciar uma única palavra... Só conseguiu senti-lo, corpo e alma, nas suas entranhas, nas suas veias...
Assim como apareceu, desapareceu... inesperadamente...
Mas deixou-lhe a pele marcada e a vontade de o ter de novo...

Desejo III

Os dois corpos confrontaram-se.
Quando cheguei e me abraçaste com a alegria de quem via a felicidade pela 1ª vez, revelando a tua face de criança, onde a plenitude se alcança com uma simples surpresa e a alegria de uma simples presença...
Aí senti o teu corpo contra a meu... enorme, firme, torneado... já não eras aquela criança e eu já era mulher....
As horas voaram e a nossa cumplicidade de outros tempos voltou a tomar forma...
Teria abandonado o meu corpo nas tuas mãos se a casa não estivesse tão cheia e o quarto onde dormias tão lotado...
Teria sentido a tua força, a tua dominação... teria deixado que em mim descarregasses toda a fúria guardada e que me enchesses de ti...
Teria...
Quem sabe um dia...

Frase do Dia

"Só a pessoa que tem fé em si mesma pode ser fiel aos outros."
Fromm

terça-feira, dezembro 12, 2006

Coisas Simples

Numa atitude confusa entre a marcação de território, a tentativa de conquistar e a de não deixar fugir a sua liberdade, cerca-a de incertezas, rodeia-a de dúvidas, de inseguranças...
Mas a resposta dela foi simplesmente uma:
"Eu não sou ciúmenta, ninguém é de ninguém e se quiseres e me agradar até alinho num ménage à trois... Agora, não me tirem o doce da boca antes de o ter acabado de comer todo."
A resposta agradou e a estabilidade voltou...

Constatações

Quando a mulher deixa de ter o controlo, de usar, e passa a ser usada e controlada... perde-se.

Desejo II

Um desejo irreprimível que não se concretiza.
Uma atracção que não se explica.
Ela treme.
Ele sorri. Murmura-lhe que se sente fascinado por ela.
Ela não acredita. Defende-se com uma ironia trocista, confiando na sua intuição.
Mas ele é subtil. Respeito e classe transpiram-lhe pelos poros da pele.
Ela, que sempre fugira habilmente de todas as armadilhas da adultez, sentia-se agora presa. Anseia por ouvir a sua voz, quente, grave, sensual.
Ele fuma. Observa-a.
Ela olha-o fugaz, tímida. Gosta dele... apesar de sentir que ele lhe pode pedir algo que ela não lhe pode dar.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Corpos Danone

Medes 1,55m, pesas 110kg, o teu número de soutien é o 44 e o de roupa anda entre o XL e o XXL...
Porque é que insistes em sair à rua com umas calças elásticas nº38 e com um top que mais parece ser da tua irmã mais nova?
As tuas mamas enfiadas nesse wonderbra nº40 quase que te sufocam e quase que saltam fora desse decote perfeito para alguém que vista o 36.
Será que não te apercebes da figurinha ridicula que fazes ao te pavoneares orgulhosamente pelas ruas, como se fosses uma super model?
A banha do teu pneu faz "slap, slap, slap, slap" à medida que caminhas, e as tuas axilas estão queimadas de tão apertado que te está o soutien e o top...
Faz um favor a ti mesma... branda à liberdade de ser gorda e ser feliz, desapega-te de todos os preconceitos, mas não queiras vestir roupas Danone em corpo McDonald's...

Desejo

És uma forte tentação, uma incógnita, um desejo muito forte, uma tesão insuportável, uma saudade permanente.
Gosto da tua luz, do teu erotismo.
Não quero apresentar-te ou mostrar-te seja a quem for. És um dos meus segredos e quero apenas preservar-te.
Não sei onde estás, com quem estás, nem se voltarás.
Apenas sei que quando voltas estás comigo e quando não estás estás em mim...

I Wish

Deixemo-nos de constrangimentos e passemos à exaltação do que sentimos mais profundamente...
Nos próximos dias, os falsos puritanismos darão lugar à mais simples e franca descrição do que nos move e impulsiona: o desejo.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Hábitos III

Estamos tão habituados a que nos peçam tudo, que nos exijam, que nos supliquem , que nos recompensem, que quando não nos pedem nada ficamos baralhados, perdidos, angustiados, sem perceber o que se passa, o que é suposto fazer ou dizer.

Cenas de gaija

terça-feira, dezembro 05, 2006

Desejo V

O bar estava cheio.
Ele entrou e logo lhe chamou a atenção.
Era grande, viçoso e bonito, emanando charme e graciosidade.
A conversa e a convivência fluiu livre e solta de preconceitos e de máscaras e o bar foi ficando mais vazio, até que fechou. Eles ficaram na conversa e quando deram por eles ja não havia nada a fazer. O tempo tinha voado e toda a gente se tinha ído embora... sobraram eles.
Ela foi à casa de banho para respirar fundo e arranjar forças para resistir à marcação cerrada que ele lhe estava a fazer desde que havia chegado. Era perspicaz e sabia bem o que lhe dizer e como lhe dizer.
Ele queria dar-lhe a volta naquela noite. Ela queria que ele lhe desse a volta, mas não assim à primeira...
Quando voltou para perto dele, ele estava sentado com uma garrafa de vinho tinto em cima da mesa. Abriu a garrafa e serviu dois copos ... Deu-lhe uma das taças para a mão e sussurrou-lhe ao ouvido.
Ela sorriu e sentiu um calafrio gigante a percorrer-lhe a coluna, as suas mãos a gelar, os seus lábios a secar de desejo.
Bebeu o vinho calmamente, acendeu um cigarro e ficou a sorrir fitando o vazio.
Dentro de si, um turbilhão de sentimentos rebentava com o prazer que aquele jogo lhe estava a dar.
Acendeu mais um cigarro e voltou a encher os copos... com a sua mão gelada ergueu-lhe o rosto e puxou-o para si. Olhou-o nos olhos e tomou-o nos braços. Os seus corpos tremiam de prazer e num repente se fundiram, num grito de prazer inexplicável.
Ele perto de si, explodia de tesão, foi violento e intenso... Beberam mais um copo de vinho e ali ficaram nos braços um do outro...

Hábitos II

Constantemente, ao nos apercebermos das rotinas em que inconscientemente caímos, queremos romper com elas, mudar de vida.
Mas quando são as rotinas que rompem connosco o sentimento é avassalador e vamos atrás delas para que voltem a fazer parte de nós, para que não nos deixem abandonados a este sentimento de impotência, de falta de controlo.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Hábitos

Serão os hábitos e as rotinas um reflexo do desespero que sentimos ou da necessidade de preenchimento que nos atormenta?E quando essas rotinas falham, o que sobra nas almas vazias que vagueiam pelo certo, pelo adquirido, pelo conhecido?

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À beira de um ataque de nervos...

Isto da greve dos CTT já me está a dar cabo dos nervos... Ora como trabalhadora independente que sou, os meu honorários chegam-me sempre, e sem falta, por correio... dada a situação de greve e manifestação de desagrado por parte dos funcionários dos CTT estou a zeros e com a secretária cheia de contas para pagar... Quem é que devo processar?
Não será já tempo de pensar numa entidade privada (ou não) transportadora, de abrir portas à concorrência?
Isto dos monopólios nunca me agradou...

domingo, dezembro 03, 2006

Socialmente excluídos

Acham-se vitimizados, guetizados, uns coitadinhos da sociedade, que os banaliza e condena à partida sem lhes dar qualquer hipótese de inserção.
Dizem-se desintegrados, socialmente excluídos e justificam as tensões sociais e raciais com isso mesmo.
"... se fazemos merda é porque não nos dão hipótese de fazermos mais nada do que isso. Temos que sobreviver, e se não nos deixam integrar, fazemo-nos à vida."
E que tal procurar hipóteses em vez de se encostarem ao estatuto de coitadinhos de nós que ninguém nos aceita???
São eles os primeiros a querer marcar a diferença. "Nós e os Outros"...

Realidade ou Ficção?