O Algarve fica sempre cheio na altura da Páscoa. Não por qualquer tipo de tradição católica ou religiosa, mas simplesmente porque a loucura anda à solta nesses 3 dias.
Vêm de todo o lado do país, de Itália, Espanha aos montes, Inglaterra, França e afins, com o único objectivo de desbundar sem qualquer tipo de preconceito, preocupação ou pudor.
Bebe-se, fuma-se, consome-se todo e qualquer tipo de drogas. Dança-se, canta-se, batem-se couros, socializa-se, flirt com fartura nestes três dias em que o mundo começa e acaba nos limites de Albufeira e tudo é lindo, deslumbrante e acima de tudo efémero.
Nada fica para o dia seguinte.
Para muitos é já uma tradição, mas são cada vez mais os que se iniciam neste ritual que normalmente vicia.
Correm-se as capelinhas, bebe-se todo o tipo de bebidas, umas boas, outras más, dorme-se com as pessoas erradas, usam-se as roupas erradas, partilham-se experiências com as pessoas erradas.
São flashes atrás de flashes, os das câmaras fotográficas e os da memória no dia seguinte.
São remorsos e sorrisos, são facetas que já mais julgaríamos conhecer. Todos se transformam com a chegada do coelhinho da páscoa.
A euforia é geral e a loucura chega a todos. Eles e elas num molhe humano de corpos e emoções com sabor a champagne, cheiro a tabaco e paladar de cocaína.
A chegada do calor dá azo a devaneios de rua, danças com bêbados e dramas pessoais que de tão superficiais se tornam densos e pesados.
Não se pode confiar em ninguém... nem em nós mesmos! A embriagez é natural...