São 11h30 da manhã e eu não consigo dormir.
Não quero que sonhes comigo.
A tua voz ao telefone deixa-me completamente fora.
Aquece-me a pele, as entranhas, a alma.
Quero que me faças o que nunca ninguém me fez.
Quero que percebas os meus sinais.
Quero que me faças sentir mulher. A mulher das mulheres.
Quero que me ames fugazmente e com a sede de quem não vai poder beber mais.
Quero que me sorvas todas as gotas do amor que tenho para te dar, do carinho que tenho para te tatuar na alma, do cheiro a sexo que tenho para te impregnar a pele.
Quero que me percorras da cabeça aos pés.
Quero que me vires do avesso.
Quero que me deixes colada ao teu mundo.
Efémero. Fugaz. Volátil. Sem qualquer tipo de linearidade. Eterno, enquanto dure.
Quero que decores os meus traços, os meus contornos, as minhas imperfeições.
Quero que conheças o meu anoitecer e o meu amanhecer.
Quero que me sintas desprotegida e indefesa.
Quero que me surpreendas, que me impeças de não sentir.
Quero que me desfaças a trança e sintas o cheiro dos meus cabelos.
Quero que me acaricies a face, traço por traço.
Quero que me olhes fundo nos olhos e te afundes em mim.
Quero que me respires no pescoço e me arrepies totalmente.
Quero que me prendas os braços e me vendes os olhos para me apurares os sentidos…
Quero que divagues pelo meu peito, pelo meu ventre e pelas minhas costas.
Quero que me faças as pernas tremer de prazer.
Quero que me mordas as coxas e acaricies a parte de trás dos joelhos.
Quero que me beijes os pés.
Demoradamente. Secretamente. Com amor. Com violência.
Não sei onde nem como. Mas QUERO.
Rapta-me.