sábado, novembro 11, 2006

Blind


Na era em que o contacto pessoal é cada vez mais diminuto, em que nos refugiamos em SMS, MMS, E-Mails, Hi5, Chats, tudo menos o contacto visual, táctil, a comunicação face to face, em que fugimos da verdade que cada um transporta, os Blind Date surgem com uma força cada vez maior e vão de encontro à necessidade de refugio por de trás dos anti-corpos que criámos ao longo dos tempos para evitarmos a socialização directa e frontal e nos salvaguardarmos de mostrar o que realmente somos.

É-nos mais apelativo um encontro às cegas, com alguém que nunca vimos, de quem não sabemos uma única linha de história pessoal, nem passado, nem presente, nem futuro... é-nos mais aliciante esta liberdade para nos refazermos perante o outro, consoante o que o outro nos vai mostrando, conforme o outro nos agrada ou não. Sem preconceitos, sem medos, sem falsos moralismos e sem remorsos...
Podemos transformar-nos na pessoa ideal ou na mais odiosa... Sem responsabilidades ou cargas morais.

Como se entrassemos num laboratório para fazer uma experiência. Se correr bem vamos até ao fim e até pode ser que seja o primeiro passo para mais alguma coisa, se correr mal, eliminamos imediatamente tal hipótese.

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