8 de Março de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas.
Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".
De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.
Neste dia pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher... e não apelar a um desenfreado consumo e a uma progressiva deturpação do porquê deste dia.
Há 7 meses
5 comentários:
Sou contra o dia mundial da mulher. Talvez no passado fizesse sentido mas hoje não. Talvez devesse haver o dia mundial da Pessoa. Para nos lembrar da dignidade de todas as pessoas. A mulher não precisa de um dia mundial para fazer lembrar seja o fôr.
Também sou um bocado contrs este dia. De qualquer forma, gosto do blogue e vou linka-lo nos meus favoritos.
Há mulheres e mulheres.
Há mulheres que criam, que lutam, que libertam, que sonham. Há mulheres que vêem a exploração e a discriminação a que são sujeitas. Não estamos a falar do "clube do bolinha": estamos a falar de desemprego, de salários, de horários de trabalho, de liberdade. Estamos a falar de um aborto às escondidas e de PJ e de tribunal e do medo de levar com três anos de cadeia. Estamos a falar disto tudo.
Claro que tudo fica mais fácil quando o que se fala é de ter ou não ter mais mulheres na política (por mim, podem ser aos milhares: se forem como a Ferreira Leite ou a Thatcher, então escusam de vir).
Viva o Dia Internacional da Mulher, pois claro. Da tal Mulher que seja o futuro do Homem. Um futuro mais justo, mais livre, mais feliz. Porque eu (que sou homem) também acho que serei mais livre quando a mulher for livre.
Dizia a Simone de Beauvoir que "não nascemos mulheres: tornamo-nos mulheres". Deixa-me dizer-te, MissM, que gostei muito da mulher em que te tornaste (que diabo, no dia 8 de Março o galanteio não é proibido, certo?)
Já agora, sabine, depois de passar pela fábrica da Rua Breton, até fico com a sensação que lá no fundo até nem estás assim tanto em desacordo com isto...
(excelentes textos, a propósito)
Caro bd:
Em relação ao dia da mulher estou um pouco céptica, sim.
Obrigado pelo elogio.
Alimento o sonho da escrita e da liberdade (liberdade pessoal, bem entendido). Talvez um dia...
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