sexta-feira, março 03, 2006

Fidelidade

Qual o sentido desta palavra no complexo mundo da noite?
Os staff's mudam numa casa como quem muda de copo após terminar uma imperial. São sempre os valores numéricos que contam deixando-se totalmente de lado a empatia com a casa, a familiaridade que se vai contruíndo com os colegas, com quem frequenta a casa, o ambiente que se cria...
Sempre disse: "Uma boa casa faz-se primeiro na porta e depois, fundamentalmente, por quem está atrás do bar."
As propostas podem ser irrecusáveis mas, ingenuídade minha (ou não), o meu sentimento de pertença e de amizade pelos sítios e pelas pessoas que os fazem fala sempre mais alto.
Chamam-me parva por não saber aproveitar as oportunidades... Chamam-me demasiado sociável e demasiado "fazedora" de amizades...
Pois não sei... se calhar sou tudo isso e mais algumas coisas, o que sei é que ao fim ao cabo o que me dá alegria e prazer em trabalhar à noite, atrás de um bar é a equipa, a cumplicidade, o amor (em todos os sentidos, hehe!) que se gera à nossa volta.
Há quem diga que me contento com pouco...
Às vezes...

3 comentários:

Anónimo disse...

Ia-te já cair em cima (se não trabalhasses à noite).

P.S.: Obrigado pelo link

hollygang disse...

Pois é... o problema é que a noite é diversão de um lado do balcão, mas também um negócio do outro lado: com custos, proveitos e rentabilidades. E o gestor português não investe no futuro, apenas olha ao balancete mensal.

Raimundo disse...

Concordo e subscrevo...
Do lado de cá do balcão - do lado em que se recebe a bebida - essa fidelidade é, provavelmente, o que mais conta. É o que nos faz comparecer com assiduidade num espaço da noite - vodka de qualidade também ajuda.

Se os empregados mudam, as cumplicidades de anos - que renderam uns shots de graça e um atendimento mais personalizado -, desaparecem... e de repente parece que deixámos de ser alguém especial naquele sítio. O nosso truque - meu e da minha outra personalidade - é mudarmos com o barman e/ou o porteiro. É sempre mais importante a pessoa que nos conhece, que o sítio que conhecemos! Se os dois pressupostos coincidirem, tanto melhor.