Desde há um mês para cá, tem-me acontecido uma sensação de repúdio e tristeza cada vez que cada um dos espaços noticiários entra na fase destinada à gestão dos programas politicos de cada um dos partidos candidatos à assembeleia da república...
Sempre pensei, na minha santa ignorância e ingenuidade, que um partido politico, e principalmente quem dá a cara e a voz por esse partido (que curiosamente em sociologia é identificado por alguns autores como "Homem feito Classe"), ocupava espaço na cena política a fim de esclarecer os possíveis eleitores e corresponder às espectativas dos que neles votam...
Que infantilidade a minha!
O que realmente importa na nossa sociedade evoluída e globalizada, que acompanha (ou procura pelo menos desesperadamente acompanhar) o ritmo da UE, é vir queimar o precioso tempo dos telespectadores com rixas políticas, acusações mútuas e troca de insultos...
Fiquei muito preocupada quando, ao responder a uma sondagem do Sapo sobre o nível de esclarecimento dos portugueses sobre os programas políticos dos partidos concorrentes às Legislativas, verifiquei que mais de 80% dos inquiridos não tinham qualquer tipo de ideia sobre os seus conteúdos...
Depois admiram-se e censuram os eleitores quando a taxa de abstenção é alta e a frequência da mesa de votos baixa... Vão votar em quem? E para quê? Porquê?
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Teria a sua graça se deixassem de se distrair com as picardias políticas (ou deverei antes dizer passoais?) e se pelo menos de vez em quando se lembrassem de esclarecer e defender os programas políticos propostos... Pelo menos, quanto mais não seja para mostrar trabalho...
Acho que qualquer dia emigro para o Tibete... ao menos aí temos tempo para meditar sobre o que realmente é importante...
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