Há 7 meses
quinta-feira, janeiro 27, 2005
Olhar
Remexi comigo.
Olhei para dentro e reflecti.
Chorei.
Apaziguei a minha dor e mergulhei na mágoa.
Senti o tudo e o nada, a felicidade e o vazio.
Fechei os olhos e vi-te a correr para os meus braços.
Senti então o cheiro agridoce da terra, húmido, quente, forte, muito forte.
Penetrante.
Perfuraste as minhas entranhas e instalaste-te no mais profundo recanto da minha alma.
Vi-te sorrir e senti a brisa suave do mar, inebriei-me com o seu doce e subtil cheiro a tudo o que é puro e belo.
Molhei a face nas suas frias águas, que me abraçaram toda, deixando-me o corpo marcado com o seu penetrante sal, e chorei.
Deitada sobre a terra forte, húmida e quente, o mar infinito, subtil e intenso… deixei-me divagar por entre os afagos do vento.
Senti a sua envolvência, por entre lapsos de lucidez vislumbrei o fogo que ardia só, em toda a sua grandiosidade… deixei-me seduzir por todo o seu calor repleto de vida.
Senti-me completa. Vagueei por entre o teu sorriso e a tua presença.
Mas a tristeza…
Corrói o meu peito.
Mata-me devagarinho…
Chega por vezes a perder-se dentro de mim.
É então que recordo que tu estás. Fecho os olhos e volto à tranquilidade do teu sorriso e à imensidão da tua presença.
Relaxo os meus olhos cansados de chorar e deixo o meu corpo estoirado adormecer junto ao teu.
Sinto o teu calor. Assim fico… num sono profundo e eterno.
Onde só tu existes.
Onde só a ti pertenço.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário