segunda-feira, fevereiro 28, 2005

D

De dar.
Tudo. Até as minhas entranhas...
Às vezes dar demais dói, mas passa.
Dar sangue, dar a vida, as lágrimas e o suor. Dar o corpo, a alma e o amor.
Dar.

De dor.
Subtil ou intensiva, física ou metafisica... Dói.
Escarafuncha no mais profundo dos seres, torna alguns mais fortes, outros traumatizados...
Há que a saber ter...

De despir.
Os corpos, os preconceitos, os medos, as fobias e as fantasias.
É tão deliciosa aquela sensação de arrepio...

De dormir.
Sensação de entrega total. Regresso ao conforto fetal.
Dormir sozinha, com a cama toda só para mim, dormir contigo, bem agarradinhos, numa fusão energética revitalizante.
Sonhar.

De dançar.
Abanar o capacete até não ter mais força no esqueleto, expulsar as energias negativas, as calorias...
Depressa ou devagar...
Dançar a dança mágica dos duendes silibantes...

De decote.
Bem caentuado nas costas e bem delineado no peito.
O que é bom é para se ver. Sempre, principalmente quando mais ninguém o espera.

De drama.
Por tudo e por nada. Não fossemos nós puros lusitanos...
Coitadinhos!
Temos que aprender a ver para além da pena que podem vir a ter de nós...

De duvida.
De tudo e de nada. Até da própria sombra...
E viva a duvida metódica!

De decidir.
Algo de aliciante, é um prazer indescritível...
Decidir se sim ou se não.
Agora.

De disfarce.
São tantos os que o usam que às vezes não sei bem com quem falo realmente...
É de facto necessário por vezes, cada vez menos nos aceitam como somos de verdade...temos que sobreviver...

De deserto.
Aquele que tantas vezes atravessamos sem lhe ver o oásis...
Sede, calor, frio, medo...

De depressão.
Quando não temos mais nada que fazer e nos sentimos excluídos do mundo...
Sempre fiel, a depressão resolve quase todos os problemas... e traz outros tantos que se colam às nossas carapaças eternamente.
Anda meio Portugal deprimido.

De democracia.
???
Definição variável, conforme grupo e extracto social...

De dependência.
Do utero, da mama, da mãe, dos amigos, dos profs, dos homens, dos patrões, do centro de emprego e da segurança social...
Quem é que disse que tinhamos conquistado a liberdade?

De doença.
Dos corpos, das almas, das mentes decrépitas e maquiavélicas, sujas.
A nossa doença é não sabermos estar sozinhos e dizermos sempre o contrário do que gostariamos de dizer...

De diferença.
Direito à diferença... direito à indiferença...
Todos diferentes, todos iguais...
Que mania que temos de querer manipular tudo e todos à nossa imagem e semelhança...

De dispensável.
Tanta coisa que o é e não o conseguimos perceber...

De destino.
A forma mais fácil de deixar de lutar por nós mesmos...

De desabafo.
Sincero, directo, cheio de amor ou de ódio...
O melhor para aliviar a alma...
A verdade.

De domingo.
Sweet sunday...
De pantufas e pijama, fazer um bolinho, comê-lo ainda fumegante com um chá de ervas delicioso...
Hum... Um bom filme, uma boa massagem, um banho de imersão a dois, espuma...
Cabelos humidos, soltos, envoltos no corpo deambulante, apartado do mundo...

C

De carinho.
Dar atenção, receber afecto, saber agarrar o coração com as mãos.

De carácter.
Aquilo que acho que ainda faz parte fulcral de uma pessoa.
Perdido por entre ruas e vielas... é preciso não esquecer que existe para ser usado.

De casa.
Porto seguro.
Nosso cheiro, nossa pele.
Casulo onde nos escondemos de tudo e de todos.

De calma.
À beira-mar sentada.
O cheiro do incenso a queimar contra a minha pele.
Os teus beijos...

De calafrio.
Por te ter em mim, por te ter longe de mim.
Por medo e por excesso de alegria.
Da lágrima ao suor.

De ciente.
Do que dizemos, do que fazemos, do que está à nossa volta...

De ciúme.
Absurdo, necessário, admitido ou subterfugiado...
De mim, de ti, dos amigos, dos inimigos, dos conhecidos e dos anónimos.
Nunca estamos satisfeitos com o que somos.

De cinismo.
Implicito ou explicito.
Há quem faça desta artimanha uma estranha forma de vida.
Inferno para quem o pratica e para quem dele é alvo e ingénuamente nem se dá conta...
Delicioso quando em nós é aplicado e não se percebem que o veneno lhes está a ser retribuido.

De clarividência.
Clarividência vossa excelência!
Abram os olhos, não se deixem dormir.

De consumo.
Cada vez mais estamos perante uma sociedade que não sobrevive sem consumir.
Consumo logo existo.

De compatibilidade.
Na cama, na vida, no trabalho e na sociedade.
Parte de nós, há que ceder.

De compulsão.
Estamos a criar uma sociedade repleta de compulsivos... deprimidos compulsivos, assassinos compulsivos, consumistas compulsivos...
Compulsivamente temos que ser e ter qualquer coisa patológica.

De comodidade.
Cada vez menos nos ralamos seja com o que for que dê mais trabalho do que estender a mão para mudar de canal ou ligar para uma qualquer fast-food...

De confiar.
Temos sempre a ingénua tendência para o fazer, principalmente em pessoas que acabámos de conhecer.
Porque será que nos arrependemos quase sempre?

De cio.
Não só os animais o têm, e por vezes os seres humanos são bem mais perturbadores.
Devia pensar-se numa espécie de reclusão satisfatória... poupava-nos de inúmeras cenas tristes!

De cachaça.
Bem gelada, forte e doce... Por momentos estou em terras de Vera Cruz.

De cadela.
Inevitável, deliciosa. Um dos poucos prazeres da vida.

De confusão.
Por tudo e por nada.
Dentro de mim tudo se confunde... aquela névoa.

De caír.
Sem mais nem menos, de muito alto ou para uma precipício sem fim...
Saber olhar em volta e recomeçar.

De caos.
A minha cabeça, a minha alma... este mundo abandonado à sorte dos mais espertos...

De cegueira.
Pior cego é aquele que não que ver...
Open your eyes.

De cepticismo.
Cada vez mais imprescindível.

De cirrose.
Por este andar o destino de mais de metade da minha geração.

De conceber.
Uma vida, um amor... de deixar crescer em nós algo desejado.
Criar...

De corpo.
Icon social, cartão de visita e de aceitação...
Fonte de desejo e de culpa...
De corpo e alma...

De culpa.
Tanta e tão pouca.
Os que a têm de facto parecem nem sequer ter noção disso...

De conclusão.
Curta, clara e concisa.

domingo, fevereiro 27, 2005

B

De bonito.
Belo é tudo quanto quero.
O mundo, as pessoas, o meu amor, tu, eu, nós.

De beijo.
Todos os que damos e recebemos.
Todos os que precisamos e não temos.

De baço.
As imagens que se confundem e não deixam ver com nitidez.
As vidas que são deixadas ao acaso embaciam-se.

De beco.
Muitos são sem saída aparente...
Outros tantos são de facto.

De balelas.
As que dizemos aos outros e as que dizemos a nós próprios.
Pequenas mentiras em que queremos que acreditem e em que queremos acreditar.

De babilónia.
Sweet babilon...
A nossa utopia interior.

De bacalhau.
Tradicional mas enjoativo.
Só é bom quando conjugado com outros prazeres da boa e típica mesa portuguesa.
Há quem diga que vem da Noruega...
Cá para mim vem é cheio de melancolia e tristeza. É quase uma obrigação.

De bacharelato.
Na maioria dos casos insuficiente, e sempre inificiente em qualquer circunstância.

De bactéria.
As que nos consomem e as que nos ajudam a viver.
As das nossas entranhas e pior ainda as das nossas sociedades.

De bater.
Com a cabeça na parede, bater no ceguinho ou agredir...
Bater no fundo e voltar à superfície.

O bater do coração.

De barbaridade.
Tantas e tão aceites!

De bem.
Fazer o bem, ser bem aceite, parecer bem.
Ilusão entre bem e perfeito ou indicado...

De banha.
O terror de qualquer gaja que se preze.
Normalmente alojada na barriga... nelas e neles!

De bar.
O que seria de nós sem eles e sem as nem sempre belas bebedeiras?

De bissexual.
Afinal, não somos todos?

De broche.
Os que decoram, os que degustam, os que deglutem.

De bacanal.
Todos o querem mas poucos os fazem.

De bisbilhotar.
Quem não for "curioso" que atire a primeira pedra...

De blog.
Fenómeno bem explicativo da "curiosidade" e da necessidade de exposição contemporânea e frivola.

De banal.
Por mais que se tente a diferença, a irreverência, a banalidade está em nós como o pó nos móveis.
Acaba sempre por voltar.

De basta.
Palavra de ordem.
Tudo tem que ter um fim.

A

De amor.
Amor próprio, amor de mãe, amor incontrolável e indefinível...
Aquilo a que a maioria foge por medo ou por conforto...
Que pode ser delicioso ou perigosamente suicidário...
Amor.

De abater.
As banhas, os preconceitos, os inimigos...
Eliminar o que incomoda por mais que custe...

De abstinência.
Ter capacidade para dizer não.

De acéfalo.
São mais do que realmente podemos imaginar!

De acidental.
A quantidade de coisas que acontecem por acaso...
Umas boas, outras tantas más...
Mas a maioria acidental...

De admirável.
Aquela leveza do ser que tão raramente atingímos...

De aceitar.
Cada um, cada qual, a chuva, o sol, a paz e a guerra interior.
Ser, simplesmente.

De acordar.
Para a vida, para nós mesmos e para os outros.
Para a natureza que nos sustenta.

De amigo.
Com A grande. Poucos mas bons.
Inestimáveis.

De acabar.
Saber por um fim nalgo que não tem mais futuro.
Acabou.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

São longas e vagas as horas em que os objectivos parecem longínquos e inalcansáveis.
A alma vagueia por onde já nem o pó se entranha...
Frio...

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Frase do Dia

Consumo, logo existo...
Voltava eu hoje da faculdade, cansada, moída da gripe que não anda nem desanda, mas não me larga, de cabeça encostada ao vidro quase a dormir, quando ao arrancar da estação de Algueirão/Mem Martins reparo num jovem casal em acesa discussão no meio da plataforma de embarque e desembarque, apinhada de gente, mas de onde eles sobresaiam aos meus olhos em grande destaque...
Os poucos segundos que os consegui observar constatei a extrema dificuldade latente em se olharem nos olhos enquanto se agrediam verbalmente... Nem sequem um cruzamento fulminante... nada!
Porque é que cada vez mais as pessoas têm dificuldade de se encarar, ali, face to face...?
Porque é que são sempre os insultos lançados ao vento, quais cuspidelas de fogo, sem qualquer piedade ou respeito mútuo que acabam por ser as armas dos magoados e ofendidos?
Onde ficou a ideia de parar e olhar para dentro de nós e para dentro dos que estão ao nosso redor??
Será que já todos se esqueceram da velha máxima: "Os olhos são o espelho da alma"?
Por favor... olhem... olhem-se... deixem-se olhar...
Vão ver que é bem mais fácil!

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Primeira pergunta ao novo Governo

Engº Sócrates:
Sou actriz e estudante, trabalho por conta própria, ou empregando bem o termo, sou "trabalhadora independente" e declaro os meus rendimentos através dos malfadados recibos verdes.
A minha questão é breve e simples.
Dado o estado da cultura em Portugal, e o desinteresse declarado por parte de quem de direito sobre essa matéria, ter uma profissão relacionada com o meio artistico-cultural hoje em dia neste país pode até ser considerado suícidio. Mas adiante...
É de lei e obrigatório descontar para a Segurança Social, mensalmente, apartir do 12º mês de actividade aberta nas Finanças, independentemente dos rendimentos obtidos e declarados anualmente...
Ora bem, se estou sem trabalhar durante dois ou três meses, terei que continuar a pagar a fasquia miníma mensalmente à SS (Segurança Social, bem entendido!).
Agora pergunto, tendo em conta que a "mensalidade" da SS é de aproximadamente 84€, anualmente são aproximadamente 1008€.
Se declaro no meu IRS cerca de 3000€, ou seja cerca de 250€ mês, como quer que seja possível pagar renda, luz, água, gás, telefone, comida, universidade, bens consumiveis (roupa e afins) e segurança social???

Se não trabalho todos os meses, porque é que tenho que descontar sobre aquilo que não recebo?

O sr engº, conseguia?
É que preciso de uma vez por todas aprender esse truque de sobreviver sem dívidas ao Estado...
Não resisto a dizer o quanto me irrita o sorriso rasgado de todos os membros do PS, como que diz "Temos o país no papo!", tivemos maioria absoluta...
Ora bem, 3073208 eleitores não foram às urnas, 103555 votaram em branco, o que prefaz uma total de 3176763 votos que representam nada mais do que 36,79% dos votos...
Terá validade esse sorriso ou é só a minha desconfiança de que pouco ou nada vai mudar a falar mais alto?

Será que desta vez a escuridão se dissipa e vamos sair do breu em que estavamos mergulhados, ou será melhor não nos desabituarmos a aplicar o nosso olhar felino?
Finalmente virámos à esquerda... vamos lá ver se efectivamente é assim tanto à esquerda ou se depois de sentadinhos na cadeira do poder o programa pouco ou nada vai divergir do desiludido (e sem esquecer mal tratado) PSD...

domingo, fevereiro 20, 2005

Já está...

O meu voto foi fielmente depositado naquela urna, que pela 1ª vez na minha vida de eleitora activa, se tornava já pequena para tanta afluência... Pela 1ª vez esperei para votar.... será isso bom sinal?

sábado, fevereiro 19, 2005

Puta de confusão...
Voltaste para me assolapar a mente e me moer a tranquilidade...
Sai!!!

Ainda bem que nos ouviram...


Ainda bem que nos ouviram...
Agora, será que vamos dar coerência aos nossos pedidos surdos?
Por favor, NÃO DEIXEM DE VOTAR NO DOMINGO!
Não pelo país, não pelo partido, muito menos pelo candidato... Mas sim pela ideologia e pelo progarama, e principalmente por vocês próprios...
Votem em consciência... a favor, contra, em branco... mas votem.
São 10m das nossas vidas que podem nelas ter uma repercurssão imensa...
Abstanham-se apenas da vossa preguiça mental...

Curados?!?

A nossa cura é o entertenimento, a distração sem limites...
A nossa cura é sabermos estar acompanhados, assim como sabermos estar sós...
A nossa cura é sabermos reagir ardentemente, sabermos lidar com o que nos vai na alma...

A nossa cura é sabermos ser frontais e sabermos dizer exactamente o que sentimos...
Mas invariávelmente a nossa doença é sermos inimigos do silêncio e fugirmos com uma tremenda angústia no coração... apesar de nos querermos curar...

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Doentes

A nossa doença é o tédio sem fronteiras...
A nossa doença é nunca podermos estar sós...
A nossa doença é falsa serenidade, sentimento duplo...

A nossa doença é dizer o oposto daquilo que gostariamos de dizer...
A nossa doença é sermos inimigos do silêncio e fugirmos com uma tremenda angústia no coração...

Socorro!


Este homem põe-me doente!!!!!!!!!!!
Alguém lhe diz, por favor, que existem óptimos psicanalistas em Portugal?!?

Violência?

Mais um agente da PSP morto num dos vários bairros problemáticos do nosso pequeno, mas por vezes sobrelotado, Portugal.
33 anos e uma vida em vão pela segurança pública nacional.
Numa simples manobra de vigilância, sem aparentes confrontos, dois agentes em patrulha são violentamente atacados...
O tristemente falecido foi atingido por mais de duas dúzias de balas... ou melhor direi cravado?
Sem qualquer tipo de motivo (volto a repetir aparente), este crime reflete bem o estado das populações marginalizadas destes bairros. O que levará alguém a conter tanto desprezo pela vida dentro de si?
Se este sentimento existe e está, neste caso concreto, bem visível, não será a altura mais do que certa para parar e pensar na bomba relógio que está prestes a explodir nestes bairros?
Bairros que para a maioria dos portugueses e governantes não passam de guetos completamente esquecidos e até eliminados da nossa consciência social (se é que esta realmente existe)...
São pessoas que simplesmente por viverem dentro dos limites de bairros ditos problemáticos são automáticamente estigmatizadas e eliminadas do sistema... a associação a tudo o que é negativo é o suficiente para despertar dentro de cada um deles uma raiva e uma revolta suficientemente grande para já nada importar. Afinal, marginalizados e esquecidos, o que é que efectivamente têm a perder?
Abram os olhos por favor! É um favor que fazem a vocês próprios e à construção de uma sociedade mais intregrada, equilibrada e segura.
O que é preciso é integrar e não eliminar...
O que é preciso é trabalhar, batalhar e conseguir algumas vitórias no meio de muitas derrotas e não pensar que já não há nada a fazer...

Dias breves

Como as marés que vão e vêm conforme as luas, a minha inspiração desertou e parece não mais voltar à minha mente!
Estou finalmente de férias, mas os dias passam breves e singelos, como que uma suave brisa na minha face ao fim de tarde à beira mar, que passa, toca, gela, mas não deixa marca alguma.
Vou sentindo e observando tudo e todos os que estão à minha volta, sentido-me por vezes apartada da realidade e outras tantas tão integrada que deixo de ter percepção do que é ou não real...
Tento criar para afastar a inutilidade dos dias, mas não consigo.
Alguém sabe em que shopping posso comprar inspiração?

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Sempre belas

Os dias passaram luminosos e quentes ao sabor dos corpos despido e bronzeados, espalhados pelas areias brilhantes e quentes das praias algarvias.
As noites passaram velozes e intensas por entre corpos dançantes, suados, transpirantes de energia e sedução.
Foram dias menoráveis e irrepetíveis...


Ainda hoje ouço: "Olha a menina da Go Play!"...

domingo, fevereiro 13, 2005

Quase 90...

Parabéns avó do meu coração!!
Já lá vão 88... continuas linda...
Amo-te muito e cá estaremos para comemorar os 90!

...

A noite correu fluente e fácil por entre graça e prazer, a madrugada já ía alta nas horas breves que sorridentes nos deixavam para trás...
Tudo parecia correr naturalmente e sem medos, até que algo de repente mudou em ti, transformaste-te num autómato frio e surdo... o teu caminho desviou-se bruscamente do meu e o teu vulto desapareceu por entre as árvores curvadas sobre mim... deixaste-me aqui, sozinha entregue à melodia funebre das folhas e dos pássaros da primeira manhã...
Cortaste a linha de comunicação...

A noite logo se fez dia e os meu olhos acompanham o inquietude do meu coração... não durmo, fumo, desespero... Onde estás? Nem o nascer do sol me apazigua a alma...
Estou cansada, mas preciso de te ouvir para poder dormir...

sábado, fevereiro 12, 2005

Este arrastamento temporal entorpece-me totalmente a alma, o corpo, tudo o que sou e que sinto.
Já não vejo a luz do dia, nem o cheiro das horas perdidas…
Acaricia-me o corpo todo amor, envolve-me a alma, agrilhoa-me a ti, beija-me como a água do mar deslizando pela minha alma.
Faz-me renascer com a tua transcendência cósmica, sorve-me com prazer supremo…
Amar-te é a minha obsessão…
Eu vi a transparência pura atravessar corpos e estrelas e espalhar pétalas sobre os amantes, vi o imenso medo do fim do amor, as lágrimas gritantes pelas imensas e avermelhadas planícies, com aquelas areias cobertas de ouro, onde a noite sequiosa abre caminho ao vagaroso prazer dos corpos…
Eu vi olhos vestidos de neblina espessa, vibráteis, captando a fragrância das gritantes lágrimas… Vi os dedos por cima do meu sonho cansado erguerem-se vazios, cheios de nada…

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

SAUDADES

Sinto saudade de você debaixo do meu cobertor,
a sua pele na minha fazer amor
Sinto saudade de nós dois na varanda em noite quente,
a sua pele na minha e o arrepio que dá na gente,
fruto do desejo,
guardo na boca o gosto beijo.
Eu sinto falta de você, me sinto só
e aí...
será que você volta?
Tudo à minha volta é triste...

Where is the look?

Primeiro dia de férias... Vazio.
Não me apetece fazer nada...

Esteve um dia lindo, e tu... nada.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

No words, no pain

Vivo nesta ansiedade de viver, de sorver todos os vãos momentos...

E por isso choro, por mim, por ti, por nós...

Já não vou ser a tua Julieta...

Vai-se lá entender porquê retiraram-me o título quando já estava quase a chegar ao trono...

Já não vou ser a tua Julieta...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Ai Portas, Portas...

Para além de perderem uma tarde nos comícios, ainda são assaltados... O que vale é que são pagos para lá ir... Ou será que guardaram o cachet na carteira que foi roubada?!?
E para finalizar e confirmar a cosistência do PP nem a bandeira do lider se sustenta ao abanar fernético deste... Sinais de instabilidade?


domingo, fevereiro 06, 2005

Que esta vertigem me afaste da pequenez da vida e das emoções que matam os benevolentes sonhos…
Que esta vertigem não me veja magoada com todas as injustiças e me faça ilusória, dormente, invisível, na fronteira entre o teu e o meu corpo, que me faça suspiro de éter, criatura de nada…



Olha-me...

Resolvi calar… somente dar ouvidos aos meus impulsos mais viscerais… ser e viver com o que tiver de ser.
Estou aqui. Sempre. No meu mundo, no meio do silêncio de todas as minhas palavras e da confusão eufórica da minha mudez.
Olha-me nos olhos. Estou aqui, perto de ti…

sábado, fevereiro 05, 2005

Estou cansada... de mim...

Obsession

Hoje, como de resto em todos os outros dias da minha vida, o teu nome não me saiu do pensamento...

Para quê?
Esta minha obsessão não me traz o teu amor de volta...

Preciso voltar aos palcos!

Estou com tantas sudades de representar...
Este ano tive de fazer a árdua escolha de me dedicar a 100% à faculdade (culpa minha, quem me mandou deixar 4 disciplinas para trás?)... Com isto tudo o tempo para sequer pensar num qualquer projecto de teatro fugiu-me por entre os dedos das mãos, que com o passar dos meses estão cada vez mais geladas, bem como o meu coração...
Preciso de voltar a ensaiar, de voltar a vestir uma outra personagem (que não a minha que visto todos os dias...)...

Tenho dois projectos ambiciosos na gaveta, esses ainda vão ter que esperar, mas preciso de voltar a pensar como outra pessoa, outro corpo, outra mente, outros movimentos, outro olhar...
Este é um apelo já à beira do desespero!!
Preciso de voltar aos palcos!!!
A continuar assim qualquer dia dúvido sériamente da minha capacidade enquanto pseudo-actriz.. às vezes acho que tenho andado completamente enganada e que jeito, presença ou talento é coisa que não floresce em mim...

Pede-se, por favor, a quem ler este post desesperado e tiver quaquer tipo de ideia que me deixe um comment... Obrigada...

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Happy St Valentine...

Está a chegar aquela data que é odiada por muitos e adorada por outros tantos!
Nestas alturas dá-me sempre para pensar na sua validade e até que ponto é que não somos vítimas (conscientes) de uma acérrima lavagem cerebral...
Enfim... Ontem fui ver o Closer, nada mais indicado para a consciencialização das mentes e das almas...
Até que ponto é que vale a pena sermos verdadeiros?
"A verdade é a única coisa que nos distingue dos animais"... Sim, confiança, respeito, amor, lealdade, a verdade acima de tudo, de todos os orgulhos, todos os medos, de todos os fantasmas e receios... Probabilidade: "Obrigada pela verdade mas não te amo o suficiente para a suportar... traíste-me!"
"A verdade não tem que ser sempre dita na totalidade, experimenta mentir de vez em quando"... Sim, cobardia, condescendência, pena, egoísmo... Probabilidade: "Traíste-me, mentiste-me, se me tivesses contado a verdade ter-te-ía perdoado..."

A minha pergunta é só esta... o que é que vale a pena? A verdade da verdade ou a verdade da mentira? Perder porque se é verdadeiramente transparente ou perder porque se guarda segredos?
Não perderemos o encanto se a nossa metade souber tudo sobre nós?
Não perderemos a confiança da nossa metade se souber tudo sobre nós?
E se houver uma sobra de dúvida? onde fica o encanto e a confiança?
Não será melhor sermos nós próprios simplesmente, bem ou mal aos olhos dos próximos?
Já lá dizia o outro... Cada um é como cada qual, e o segredo do amor está exactamente na aceitação quase que cega da nossa cara metade...
Defeitos, segredos, mentiras, medos, fantasmas, manias e coisas intoleráveis e de facto intoleradas... quem não os tem?!?
Happy St Valentine...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Combate em directo, a não perder...

É hoje, às 20h30 que finalmente vamos ter em directo para todo o Portugal e arredores o confronto (ou deverei dizer combate) em directo entre os dois líderes dos partidos com maior representação parlamentar...
Não sei se o veja e me desiluda ainda mais, ou se mude de canal e faça uma lavagem cerebral com os "Batanetes"...


quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Ai verão...

Estou pálida, gorda, flácida, com a pele gordurosa e baça...
Preciso de sol, mar, copos, noites longas e muitos flirts...

Posted by Hello

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Culpado, Eu?!?!?

Estou em desasossego total com a demora da saída das notas deste semestre...
Estou neste tormento desde dia 22 de dezembro, primeiro marrar, depois virar noites em frente ao computador para entregar os trabalhos na data, depois a espera pela marcação de novas datas para as 2 frequências que não fiz, e agora a ansiedade diária pela desesperante espera do lançamento das pautas, com o meu nome lá, bem pequenino, com um número de 0 a 20...
Não seria tão desesperante se não fosse o meu compromisso de honra este ano... fazer as 13 disciplinas... ai...
Enfim...
O que eu acho mais engraçado no meio de tudo isto, são as reacções que vejo à minha volta... Colegas, que ao se decepcionarem com as notas lançadas nas pautas, muitíssimo ofendidos e indignados dizem "Cabrão do prof! Chumbou-me!!"
Hahahahah!!!
Alguma vez alguma dessas almas pensou em estudar um pouco mais?

Posted by Hello Muita mania têm os estudantes de se reunir em manada e de se vitimizar... coitadinhos...
Cada vez que vou ao departamento à procura da nota, vou com a minha consciência pesada, mas comigo própria, com noção da minha total fala de empenho... (por exemplo agora devia tar a marrar!!)
Irrita-me ver que a nossa camada estudantil, o futuro da nação, futuros ministros e empresários, nem sequer conseguem arcar com as suas próprias responsabilidades... Quem sabe quando entrarem na vida activa de jovens trabalhadores produtivos e algo lhes correr mal não continuarão a culpabilizar o papá ou a mamã...