De dar.
Tudo. Até as minhas entranhas...
Às vezes dar demais dói, mas passa.
Dar sangue, dar a vida, as lágrimas e o suor. Dar o corpo, a alma e o amor.
Dar.
De dor.
Subtil ou intensiva, física ou metafisica... Dói.
Escarafuncha no mais profundo dos seres, torna alguns mais fortes, outros traumatizados...
Há que a saber ter...
De despir.
Os corpos, os preconceitos, os medos, as fobias e as fantasias.
É tão deliciosa aquela sensação de arrepio...
De dormir.
Sensação de entrega total. Regresso ao conforto fetal.
Dormir sozinha, com a cama toda só para mim, dormir contigo, bem agarradinhos, numa fusão energética revitalizante.
Sonhar.
De dançar.
Abanar o capacete até não ter mais força no esqueleto, expulsar as energias negativas, as calorias...
Depressa ou devagar...
Dançar a dança mágica dos duendes silibantes...
De decote.
Bem caentuado nas costas e bem delineado no peito.
O que é bom é para se ver. Sempre, principalmente quando mais ninguém o espera.
De drama.
Por tudo e por nada. Não fossemos nós puros lusitanos...
Coitadinhos!
Temos que aprender a ver para além da pena que podem vir a ter de nós...
De duvida.
De tudo e de nada. Até da própria sombra...
E viva a duvida metódica!
De decidir.
Algo de aliciante, é um prazer indescritível...
Decidir se sim ou se não.
Agora.
De disfarce.
São tantos os que o usam que às vezes não sei bem com quem falo realmente...
É de facto necessário por vezes, cada vez menos nos aceitam como somos de verdade...temos que sobreviver...
De deserto.
Aquele que tantas vezes atravessamos sem lhe ver o oásis...
Sede, calor, frio, medo...
De depressão.
Quando não temos mais nada que fazer e nos sentimos excluídos do mundo...
Sempre fiel, a depressão resolve quase todos os problemas... e traz outros tantos que se colam às nossas carapaças eternamente.
Anda meio Portugal deprimido.
De democracia.
???
Definição variável, conforme grupo e extracto social...
De dependência.
Do utero, da mama, da mãe, dos amigos, dos profs, dos homens, dos patrões, do centro de emprego e da segurança social...
Quem é que disse que tinhamos conquistado a liberdade?
De doença.
Dos corpos, das almas, das mentes decrépitas e maquiavélicas, sujas.
A nossa doença é não sabermos estar sozinhos e dizermos sempre o contrário do que gostariamos de dizer...
De diferença.
Direito à diferença... direito à indiferença...
Todos diferentes, todos iguais...
Que mania que temos de querer manipular tudo e todos à nossa imagem e semelhança...
De dispensável.
Tanta coisa que o é e não o conseguimos perceber...
De destino.
A forma mais fácil de deixar de lutar por nós mesmos...
De desabafo.
Sincero, directo, cheio de amor ou de ódio...
O melhor para aliviar a alma...
A verdade.
De domingo.
Sweet sunday...
De pantufas e pijama, fazer um bolinho, comê-lo ainda fumegante com um chá de ervas delicioso...
Hum... Um bom filme, uma boa massagem, um banho de imersão a dois, espuma...
Cabelos humidos, soltos, envoltos no corpo deambulante, apartado do mundo...
Há 6 meses