De carinho.
Dar atenção, receber afecto, saber agarrar o coração com as mãos.
De carácter.
Aquilo que acho que ainda faz parte fulcral de uma pessoa.
Perdido por entre ruas e vielas... é preciso não esquecer que existe para ser usado.
De casa.
Porto seguro.
Nosso cheiro, nossa pele.
Casulo onde nos escondemos de tudo e de todos.
De calma.
À beira-mar sentada.
O cheiro do incenso a queimar contra a minha pele.
Os teus beijos...
De calafrio.
Por te ter em mim, por te ter longe de mim.
Por medo e por excesso de alegria.
Da lágrima ao suor.
De ciente.
Do que dizemos, do que fazemos, do que está à nossa volta...
De ciúme.
Absurdo, necessário, admitido ou subterfugiado...
De mim, de ti, dos amigos, dos inimigos, dos conhecidos e dos anónimos.
Nunca estamos satisfeitos com o que somos.
De cinismo.
Implicito ou explicito.
Há quem faça desta artimanha uma estranha forma de vida.
Inferno para quem o pratica e para quem dele é alvo e ingénuamente nem se dá conta...
Delicioso quando em nós é aplicado e não se percebem que o veneno lhes está a ser retribuido.
De clarividência.
Clarividência vossa excelência!
Abram os olhos, não se deixem dormir.
De consumo.
Cada vez mais estamos perante uma sociedade que não sobrevive sem consumir.
Consumo logo existo.
De compatibilidade.
Na cama, na vida, no trabalho e na sociedade.
Parte de nós, há que ceder.
De compulsão.
Estamos a criar uma sociedade repleta de compulsivos... deprimidos compulsivos, assassinos compulsivos, consumistas compulsivos...
Compulsivamente temos que ser e ter qualquer coisa patológica.
De comodidade.
Cada vez menos nos ralamos seja com o que for que dê mais trabalho do que estender a mão para mudar de canal ou ligar para uma qualquer fast-food...
De confiar.
Temos sempre a ingénua tendência para o fazer, principalmente em pessoas que acabámos de conhecer.
Porque será que nos arrependemos quase sempre?
De cio.
Não só os animais o têm, e por vezes os seres humanos são bem mais perturbadores.
Devia pensar-se numa espécie de reclusão satisfatória... poupava-nos de inúmeras cenas tristes!
De cachaça.
Bem gelada, forte e doce... Por momentos estou em terras de Vera Cruz.
De cadela.
Inevitável, deliciosa. Um dos poucos prazeres da vida.
De confusão.
Por tudo e por nada.
Dentro de mim tudo se confunde... aquela névoa.
De caír.
Sem mais nem menos, de muito alto ou para uma precipício sem fim...
Saber olhar em volta e recomeçar.
De caos.
A minha cabeça, a minha alma... este mundo abandonado à sorte dos mais espertos...
De cegueira.
Pior cego é aquele que não que ver...
Open your eyes.
De cepticismo.
Cada vez mais imprescindível.
De cirrose.
Por este andar o destino de mais de metade da minha geração.
De conceber.
Uma vida, um amor... de deixar crescer em nós algo desejado.
Criar...
De corpo.
Icon social, cartão de visita e de aceitação...
Fonte de desejo e de culpa...
De corpo e alma...
De culpa.
Tanta e tão pouca.
Os que a têm de facto parecem nem sequer ter noção disso...
De conclusão.
Curta, clara e concisa.
Há 6 meses
5 comentários:
falta o "C de Comufo..." LOLOLOL
...ou não... : (
Só faltava o coração!
Pois é!!
De coração.
Coração que bate apressado, desenfreado e despreocupado...
Coração que sente tudo e mais alguma coisa, que ri e que chora lágrimas sangrentas, coração de pedra, tão gelado como a queda de um nevão num dia cinzento de inverno...
Ainda vais a tempo de o encaixar... talvez na primeira posição.
Enviar um comentário