quinta-feira, outubro 12, 2006

Barcelona ::day seven::

Último dia.
Não sinto saudades nem de Lisboa nem de Barcelona.
Estou cansada, mas completa, feliz, equilibrada.
O dia passou por entre ruelas e lojas à procura dos últimos recuerdos...

Final de tarde e mais um filme em recolhimento, enterrada no sofá... "21 Gramas"...

Inesperadamente vou ainda dar um derradeiro adeus à noite de Barça...
Bar da moda, caras bonitas, altas produções, música comercial, espaço amplo.
Como em quase todos os recintos fechados, seja qual for o ramo, é proíbido fumar. Não há nada visível que o diga explicitamente, mas o facto é que ninguém fuma dentro de 4 paredes... a não ser um grupo de tugas... às vezes tenho vergonha da falta de civilidade do meu próprio povo!!!! Se se decreta que é proíbido fumar em locais fechados, é proíbido e ponto final! Que se levante a bundinha e se fume na rua!!!!! Em Barcelona isso acontece em quase todos os sítios, e estes continuam cheios e mais suportáveis e respiráveis!

Copos, copos e mais copos. mais uma amizade conquistada. Conversas fluentes, convergentes, apesar de o grupo estar quebrado pela falta de percepção e a atitude anti-social de alguns... enfim.

A noite vai terminar no aeroporto por isso não podia deixar Barcelona sem conhecer o seu lado obscuro.
De repente estou num filme rodado num qualquer gueto nova-yorkino. Bairro na periferia, luz muito ténue, caminhos trilhados pelas repetidas passagens.
Assobios, códigos, controlo total de quem entra e sai, de todo e qualquer movimento estranho. Mercedes, BMW, Porches, Lamborguini... putos de rua, barões da droga, putas e domésticas com profissão liberal...
Não se conseguem ver caras, a luz é demasiado ténue. Escadas ingemes num prédio de porta sempre aberta, sem luz.
1º andar. Silêncio. Porta blindada.
Toc-toc-toc-toc. Quatro. Nem mais um. Dois segundos... A porta não se abre como esperava. Em sua vez e com um som que me fez lembrar uma guilhotina, rapidamente algém fez deslizar uma janelinha minúscula. Nem uma palavra do lado de lá.
2 gramas. Produto. Dinheiro. Fecha a janela. Volta a descer as escadas.
A única coisa que se vê através daquela porta blindada são umas unha femininas pintadas de algo que pareceu azul.

Que filme...

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