Há 6 meses
terça-feira, março 29, 2005
segunda-feira, março 28, 2005
Ficção real
Parece que a realidade está a confundir-se com a ficção...
O dia estava nebuloso e a chuva poucas tréguas ía dando. Numa dessas pausas infímas, a vizinhança reúne-se à soleira da porta a palrear um pouco sobre as últimas novidades...
De repente, a tempestividade aproxima-se, furiosa e camuflada, até que ao chegar frente-a-frente ao alvo, toda a violência que dentro e si coabitava explode sem controle possível...
A arma de arremesso improvisada é poderosa e cegamente agride a tenra carne e os ossos amanteigados de quem foi subitamente tornado num saco de pancada para a liquidificação de raivas e frustrações à muito guardadas.
O final é triste e sangrento, qual faroeste em plena cidade onde as regras de coabitação se sobrepõem ao respeito e à civilidade...
Pouco falta para nos tornarmos em animais que respondem instintivamente a estímulos e onde o que vigora é a lei do mais forte...
O dia estava nebuloso e a chuva poucas tréguas ía dando. Numa dessas pausas infímas, a vizinhança reúne-se à soleira da porta a palrear um pouco sobre as últimas novidades...
De repente, a tempestividade aproxima-se, furiosa e camuflada, até que ao chegar frente-a-frente ao alvo, toda a violência que dentro e si coabitava explode sem controle possível...
A arma de arremesso improvisada é poderosa e cegamente agride a tenra carne e os ossos amanteigados de quem foi subitamente tornado num saco de pancada para a liquidificação de raivas e frustrações à muito guardadas.
O final é triste e sangrento, qual faroeste em plena cidade onde as regras de coabitação se sobrepõem ao respeito e à civilidade...
Pouco falta para nos tornarmos em animais que respondem instintivamente a estímulos e onde o que vigora é a lei do mais forte...
A não perder...
Nas paredes das casas, nos comboios ou até mesmo nas paragens de autocarro, os graffiti são desenhados um pouco por toda a parte.
Cada vez mais uma expressão artística tipicamente urbana, é para tentar divulgar e explicar melhor esta "forma de vida", que um grupo de sete jovens artistas de graffiti se juntaram e organizaram uma exposição, aberta ao público no espaço Interpress, no Bairro Alto, em Lisboa.
Para eles a paixão por esta arte leva-os a dizer que o graffiti "é arte, é vida nas coisas".
Esta crew quer mostrar o trabalho de cada um dos seus elementos e revelar todas as vertentes do graffiti, tal como a street art, o bombing ou os tags.
O graffiti nasceu nos anos 70 em Nova Iorque e é a expressão plástica do hip hop, tendo sido sempre associado aos bairros mais pobres e à população negra. Esta forma artística tem tido uma conotação bastante negativa ao longo dos anos, sendo associada ao vandalismo e à criminalidade. O intuito desta exposição "não é limpar o nome do graffiti", já que este grupo não se responsabiliza pelo que os outros fazem.
O graffiti é "uma cultura e um estilo de vida".
Por isso, cada qual tem fazer a sua aprendizagem e descobrir o seu próprio estilo para pertencer a este "mundo".
In DN-OnLine
Até 19 de Abril, no Edificio Interpress, no BA...
Vale realmente a pena!
Cada vez mais uma expressão artística tipicamente urbana, é para tentar divulgar e explicar melhor esta "forma de vida", que um grupo de sete jovens artistas de graffiti se juntaram e organizaram uma exposição, aberta ao público no espaço Interpress, no Bairro Alto, em Lisboa.
Para eles a paixão por esta arte leva-os a dizer que o graffiti "é arte, é vida nas coisas".
Esta crew quer mostrar o trabalho de cada um dos seus elementos e revelar todas as vertentes do graffiti, tal como a street art, o bombing ou os tags.
O graffiti nasceu nos anos 70 em Nova Iorque e é a expressão plástica do hip hop, tendo sido sempre associado aos bairros mais pobres e à população negra. Esta forma artística tem tido uma conotação bastante negativa ao longo dos anos, sendo associada ao vandalismo e à criminalidade. O intuito desta exposição "não é limpar o nome do graffiti", já que este grupo não se responsabiliza pelo que os outros fazem.
O graffiti é "uma cultura e um estilo de vida".
Por isso, cada qual tem fazer a sua aprendizagem e descobrir o seu próprio estilo para pertencer a este "mundo".
In DN-OnLine
Até 19 de Abril, no Edificio Interpress, no BA...
Vale realmente a pena!
Leve, levemente
Os passos soltos vêm apressados, na tentativa infrutífera de conseguir descolar de si a pesada sombra que desde sempre os acompanham...
O caminho trilhado, marcado fica pelo desespero de por fim alcançarem a libertação...
Finalmente, conseguem apenas fazer-se acompanhar de restos quase infímos da sua companhia indesejada por quase toda uma vida...
Agora, é a leveza que lhes pesa...
O caminho trilhado, marcado fica pelo desespero de por fim alcançarem a libertação...
Finalmente, conseguem apenas fazer-se acompanhar de restos quase infímos da sua companhia indesejada por quase toda uma vida...
Agora, é a leveza que lhes pesa...
domingo, março 27, 2005
Se os olhos verdes da criança que brinca sentada no chão do jardim brilhassem eternamente, se existisse naquele olhar o reflexo de algo eterno, será que ela alguma vez iria sentir saudade?
Existem momentos que nunca foram reais, lembranças que nunca fizeram parte de uma vida inteira, mãos que nunca tocaram aquele rosto e que nunca limparam as lágrimas que por ele abaixo rolaram.
Existem desejos profundos que necessitam de ser realizados, outros não.
Talvez sejam os desejos que provocam algo que nos acelera o sistema nervoso, que nos faz fervilhar entre uma estranha sensação que nos invade o corpo, que nos faz pensar, sentir um turbilhão de emoções ao mesmo tempo, amor, ódio, vazio, alegria...
E sempre a saudade.
Permanente, inalcançável, sempre aquele sentimento de falta…
Existem momentos que nunca foram reais, lembranças que nunca fizeram parte de uma vida inteira, mãos que nunca tocaram aquele rosto e que nunca limparam as lágrimas que por ele abaixo rolaram.
Existem desejos profundos que necessitam de ser realizados, outros não.
Talvez sejam os desejos que provocam algo que nos acelera o sistema nervoso, que nos faz fervilhar entre uma estranha sensação que nos invade o corpo, que nos faz pensar, sentir um turbilhão de emoções ao mesmo tempo, amor, ódio, vazio, alegria...
E sempre a saudade.
Permanente, inalcançável, sempre aquele sentimento de falta…
sábado, março 26, 2005
A grande questão
«Concorda que deixe de constituir crime o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez, com o consentimento da mulher, em estabelecimento legal de saúde?»
quarta-feira, março 23, 2005
Será?
Será que é desta que finalmente vamos poder decidir em condições se temos ou não filhos?!
Espero...
Espero...
terça-feira, março 22, 2005
Um dia...
Um dia, quando morrer, quero ser cremada e deitada ao mar...
Não quero ser enterrada, faz-me confusão o culto dos mortos. Não quero lágrimas nem dramas desnecessários, sei que só farei realmente falta a quem me ama de verdade e esses são muito poucos...
Quero, num dia de sol radiante e ao som de "Litle Things", "Softly" e "Lullaby" de Lamb ( e por esta ordem), ser lançada ao mar sereno da Costa da Caparica, que me viu nascer e onde tanto ri e chorei, na pequena praia em frente à antiga pensão do meu avô materno, que apesar de já ter sido derrubada ainda lhe sinto o cheiro...
Quero que se lembrem de mim tal como sou, com todos os meus defeitos e antipatias...
As partes boas de mim ficarão gravadas de tal forma em quem tiver que ser que não será necessário o esforço de memória...
Um dia, não se esqueçam disto...
J
De jogo.
Pode ser viciante e dar milhões ou tirar-nos tudo...
Faz cada vez mais parte da vida e do dia a dia de todos nós.
Arma secreta que determina a sobrevivência.
De jantar.
Sabe tão bem, a dois ou em grupo, passar bons momentos sem mais nenhuma preocupação do que simplesmente saborear a comida e a companhia...
De jardim.
Cheio de flores, onde os cheiros se multiplicam e as sensações se apuram a par dos sentidos que despertam para uma sensação infinita de bem estar.
De jeito.
Uns com tanto e tão mal aproveitado e outros com tão pouco por aí a render...
Há que ser esperto para o conseguir explorar...
De julgar.
Hoje em dia é um dos passatempos favoritos dos desocupados e fracos de espírito, daqueles que se sentem acima do bem e do mal...
Não nos cabe a nós fazê-lo.
A nossa consciência e a vida encarregar-se-ão disso sem dó nem piedade, e aí sim, fará sentido.
De jurar.
Quanto mais se jura, mais se mente...
As juras e as promessas são geralmente vagas de dignidade e de verdade...
Pode ser viciante e dar milhões ou tirar-nos tudo...
Faz cada vez mais parte da vida e do dia a dia de todos nós.
Arma secreta que determina a sobrevivência.
De jantar.
Sabe tão bem, a dois ou em grupo, passar bons momentos sem mais nenhuma preocupação do que simplesmente saborear a comida e a companhia...
De jardim.
Cheio de flores, onde os cheiros se multiplicam e as sensações se apuram a par dos sentidos que despertam para uma sensação infinita de bem estar.
De jeito.
Uns com tanto e tão mal aproveitado e outros com tão pouco por aí a render...
Há que ser esperto para o conseguir explorar...
De julgar.
Hoje em dia é um dos passatempos favoritos dos desocupados e fracos de espírito, daqueles que se sentem acima do bem e do mal...
Não nos cabe a nós fazê-lo.
A nossa consciência e a vida encarregar-se-ão disso sem dó nem piedade, e aí sim, fará sentido.
De jurar.
Quanto mais se jura, mais se mente...
As juras e as promessas são geralmente vagas de dignidade e de verdade...
segunda-feira, março 21, 2005
Hoje acordei assim, cheia de raiva quase incontrolável...
Qualquer coisa que vá contra o que me parece à partida indicado provoca em mim uma erupção involuntária em que de raiva as lágrimas me queimam a face e se me cerram os dentes, qual pitbull enfurecido pronto a atacar...
Porquê?
Não faço a mínima ideia...
Só sei que devo estar a precisar de descarregar energias com alguma urgência, ou qualquer dia perco a cabeça...
Ginásio? Psicanálise? Internamento? Não sei... Só sei que é angustiante sentir isto e não saber porquê nem por quem, e querer deitar fora e não conseguir...
Devo estar a dar em maluca... Azar!
Qualquer coisa que vá contra o que me parece à partida indicado provoca em mim uma erupção involuntária em que de raiva as lágrimas me queimam a face e se me cerram os dentes, qual pitbull enfurecido pronto a atacar...
Porquê?
Não faço a mínima ideia...
Só sei que devo estar a precisar de descarregar energias com alguma urgência, ou qualquer dia perco a cabeça...
Ginásio? Psicanálise? Internamento? Não sei... Só sei que é angustiante sentir isto e não saber porquê nem por quem, e querer deitar fora e não conseguir...
Devo estar a dar em maluca... Azar!
Dia mundial da Poesia
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cançasos,
Quando a noite de manso se avisinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
a tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca....
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
***
És tu! És tu! SEmpre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou para me abraçar a mim!
Tudo é divino e santo visto assim...
Foram-se os desalentos, os cançasos...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A terra? - um astro morto que flutua...
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, amor, e eu ser tua!
Florbela Espanca
A essa hora dos mágicos cançasos,
Quando a noite de manso se avisinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
a tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca....
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
***
És tu! És tu! SEmpre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou para me abraçar a mim!
Tudo é divino e santo visto assim...
Foram-se os desalentos, os cançasos...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A terra? - um astro morto que flutua...
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, amor, e eu ser tua!
Florbela Espanca
Santa Ingenuidade!!!
Fico maluca ao ouvir declarações do género: "Estamos perante uma nova forma de criminalidade, que é muito mais violenta e recorre a arsenal de guerra..."!!!!
Será possível que um alto dirigente das forças policiais nacionais diga isto de santa fé ou está simplesmente a usar uma estratégia para não lançar o pânico entre a população?
É que bastará fazer uma pequena visita guiada pelas pequenas e modestas, mas bem recheadas, casinhas dos guetos da Colina do Sol (e é só um expemplo!) para se concluir que a distribuição de armamento de guerra ( à partida pertencente apenas ao exército) está muito bem feita...
Open your eyes please!!
Será possível que um alto dirigente das forças policiais nacionais diga isto de santa fé ou está simplesmente a usar uma estratégia para não lançar o pânico entre a população?
É que bastará fazer uma pequena visita guiada pelas pequenas e modestas, mas bem recheadas, casinhas dos guetos da Colina do Sol (e é só um expemplo!) para se concluir que a distribuição de armamento de guerra ( à partida pertencente apenas ao exército) está muito bem feita...
Open your eyes please!!
Finalmente!!!
domingo, março 20, 2005
Mais dois...
Efectivamente a história repete-se sem grandes contornos que a distinga...
Esta madrugada morreram mais dois polícias...
Afinal o que é que se passa?
A criminilidade existente não aumentou (antes pelo contrário, há até relatórios que dizem que diminuiu...!), apesar de se estar a tornar mais violenta...
Mas e as forças policias? Será normal a ignobilidade das condições destes agentes de manutenção da ordem pública?
Será que é assim tão difícil perceber que quase que parece que andamos a brincar aos polícias e aos ladrões (com grande vantagem dos ultimos) nesta santa terrinha que é Portugal?
É bom que abram rápidamente os olhos para as condições técnicas e humanas destes homens que simplesmente o são (e não Robocops...) e que se invista urgentemente na modernização dos meios e dos homens (não me parece muito normal um agente de 20 anos, acadinho de sair da academia, esteja já a fazer ronda numa das muitas zonas perigosas da área metropolitana de Lisboa...)
Enfim... dia de luto nacional... mais um...
Esta madrugada morreram mais dois polícias...
Afinal o que é que se passa?
A criminilidade existente não aumentou (antes pelo contrário, há até relatórios que dizem que diminuiu...!), apesar de se estar a tornar mais violenta...
Mas e as forças policias? Será normal a ignobilidade das condições destes agentes de manutenção da ordem pública?
Será que é assim tão difícil perceber que quase que parece que andamos a brincar aos polícias e aos ladrões (com grande vantagem dos ultimos) nesta santa terrinha que é Portugal?
É bom que abram rápidamente os olhos para as condições técnicas e humanas destes homens que simplesmente o são (e não Robocops...) e que se invista urgentemente na modernização dos meios e dos homens (não me parece muito normal um agente de 20 anos, acadinho de sair da academia, esteja já a fazer ronda numa das muitas zonas perigosas da área metropolitana de Lisboa...)
Enfim... dia de luto nacional... mais um...
quinta-feira, março 17, 2005
Ai os homens!!
Às vezes dou por mim a perguntar-me como pode o homem, o macho, o género masculino da questão universal que a todos nos toca, ser tão básico...
Parece-me demasiadas vezes estar a ouvir o mesmo cd riscado, como que uma formatação barata de uma fórmula eficaz de dar conversa às meninas e aos nacos de carne que estão prontos a ser devorados...
Será possível que não consigam ter dois dedos de sangue frio e pensar que tantas vezes dizem a mesma coisa a tanta gaja diferente, que às tantas (e ainda por cima este mundo é tão pequeno!) nada lhes dá um pingo de credibilidade?
Tanto falam e tanto se vanglorizam de que fizeram e aconteceram, brandando a sete ventos e para quem quiser ouvir a bandeira da sua virilidade masculina, que qualquer gaja que se preze e com noção do que anda aqui a fazer, não lhes vai nunca dar mais do que meia dúzia de frases insinuantes e provocatórias?!?
Parece-me a mim lógico que por mais que a atracção crepite e a tesão grite enlouquecida "Satisfaz-me!!", as gajas que cairão na lábia (por vezes hipnótizante) destes garanhões com cabeça de putos reguilas, pouco ou nada mais saberão discirnir do que 2+2=4...
Parece-me demasiadas vezes estar a ouvir o mesmo cd riscado, como que uma formatação barata de uma fórmula eficaz de dar conversa às meninas e aos nacos de carne que estão prontos a ser devorados...
Será possível que não consigam ter dois dedos de sangue frio e pensar que tantas vezes dizem a mesma coisa a tanta gaja diferente, que às tantas (e ainda por cima este mundo é tão pequeno!) nada lhes dá um pingo de credibilidade?
Tanto falam e tanto se vanglorizam de que fizeram e aconteceram, brandando a sete ventos e para quem quiser ouvir a bandeira da sua virilidade masculina, que qualquer gaja que se preze e com noção do que anda aqui a fazer, não lhes vai nunca dar mais do que meia dúzia de frases insinuantes e provocatórias?!?
Parece-me a mim lógico que por mais que a atracção crepite e a tesão grite enlouquecida "Satisfaz-me!!", as gajas que cairão na lábia (por vezes hipnótizante) destes garanhões com cabeça de putos reguilas, pouco ou nada mais saberão discirnir do que 2+2=4...
Pequenas delicias
É divinal sentir-me tão bem com um chá fumengante a aconchegar-me do frio, enroscadinha a ver um bom filme...
É sublime sentir-me tão bem com tão pouco...
Que paz...
E o mais lindo é que ela está em tudo, basta estarmos um pouco mais atentos...
É sublime sentir-me tão bem com tão pouco...
Que paz...
E o mais lindo é que ela está em tudo, basta estarmos um pouco mais atentos...
terça-feira, março 15, 2005
Conversas Soltas
O mar estava bravio e rebelde, bem à maneira irreverente da linha de Sintra...
A conversa fluía solta e leve, por entre considerações tecidas ao sabor do vento...
A brisa suave acariciava-nos a pele, brindando-nos com aquela miúda humidade vinda do mar...
Chegaste e emudeci... sem compreender bem porquê o constrangimento contagiou a minha tranquilidade e desassossegou-me a alma...
Uma faísca encandescente toldava-me a razão cada vez que nos olhávamos e nos falávamos...
Meu coração mirrou...
Ainda está apertado...
Porquê?
Para quê?
De quê?
Puta de angústia que de vez em quando te lembras de me massacrar!!!
A conversa fluía solta e leve, por entre considerações tecidas ao sabor do vento...
A brisa suave acariciava-nos a pele, brindando-nos com aquela miúda humidade vinda do mar...
Chegaste e emudeci... sem compreender bem porquê o constrangimento contagiou a minha tranquilidade e desassossegou-me a alma...
Uma faísca encandescente toldava-me a razão cada vez que nos olhávamos e nos falávamos...
Meu coração mirrou...
Ainda está apertado...
Porquê?
Para quê?
De quê?
Puta de angústia que de vez em quando te lembras de me massacrar!!!
segunda-feira, março 14, 2005
Sintoma Big Brother
Depois de uma semana fora do turbilhão quotidiano, consigo agora ter uma ligeira noção do que se passa na cabeça de quem enra num BB...
Passaram-se apenas 5 dias, intensos, mas que mais se pareceram com um mês.
Nestas escassas 50hrs que passei sempre e continuamente com as mesmas pessoas, foi bastante curioso constatar as alterações do meu comportamento e da forma como ía analisando o que se passava à minha volta...
Nas primeiras 10hrs, ainda a medo, as conversas começaram a desenrolar-se e algumas intimidades a desvendar-se.
Nas 10hrs seguintes ainda tinha a intensa sensação de estar num mundo que não era meu, onde as frases se repetiam já inconscientemente e as atitudes ainda pareciam iguais a tantas outras...
Depois disso, lá pelas 30hrs, a noção de tempo e espaço desapareceu por completo.
Agora já somos todos uma parte intrinseca, mal nos conseguimos distinguir e mal passamos uns sem os outros.
Sem darmos por isso as histórias fundiram-se e as identidades diluiram-se num misto de irmandade e atração fatal. Tudo o que não me pertencia e me punha os cabelos em pé por me parecer totalmente absurdo desapareceu por completo e já nem sequer consigo lembrar-me do que efectivamente se tratava!
A partir das 40hrs um misto de sedução e atração invade o espaço a que estamos rsetritos e já nada parece ser racional. Ali tudo é possível, basta querer.
As palavras correm agora soltas e já nem os desejos mais íntimos e perversos se detêm envergonhados dentro das nossas bocas.
Os segredos e as fanatsias são escancaradas para quem quiser ouvir.
Os gestos, por mais mínimos que sejam, assumem uma extrema importância, e os olhares, esses assumem o desejo que temos uns pelos outros...
Passadas quase 50hrs começa a apertar-nos no peito uma sensação de pertença vital, e o simples pensamento de separação magoa fundo, sem qualquer tipo de racionalidade... afinal só foram cinco dias bem passados... Mas as sensações traem a nossa mais sólida frieza e racionalidade... já não há mais nada a fazer.
Agora ainda faltam 20hrs...
Depois a libertação do espaço a que temos estado confinados...
Tudo pode acontecer...
I
De ignorância.
A pior de todas... não sei nem quero saber!
De insolência.
De vez em quando sabe tão bem e faz ainda melhor...
De idade.
Cada vez mais motivo de preocupação...
Resta saber se o problema está no corpo ou na alma...
De identidade.
Há que a ter bem definida, se não está tudo perdido...
Por vezes torna-se realmente necessário camuflá-la ou modificá-la, quanto mais não seja para sobreviver...
De idiota.
Tantos, tantos!! Cada vez mais! Socorro!
E ainda se acham cheios de piada!!
De ilusão.
De estar eternamente (feliz) a teu lado...
De imagem.
Cada vez mais o passe para o social e o quotidiano...
Quando não a temos dentro dos parâmetros ditos normais, a estigmatização apodera-se automáticamenete das mentes sórdidas e ditadoras.
Já chega não??
De incompleto.
Sinto-me como chumbo ocre, pesada e incompleta na tua ausência...
De indiferença.
temos todo o direito a ela!!
De infiel.
Afinal de contas o que é a fidelidade?
De inimigo.
Suscita competição...
Estão por vezes nas esquinas da vida mais improváveis...
De ira.
Tanta...
Por algum motivo existem práticas de meditação eficientes como o Yoga...
De importante.
Importa fundamentalmente saber quando se deve parar.
De ir.
Fui...
A pior de todas... não sei nem quero saber!
De insolência.
De vez em quando sabe tão bem e faz ainda melhor...
De idade.
Cada vez mais motivo de preocupação...
Resta saber se o problema está no corpo ou na alma...
De identidade.
Há que a ter bem definida, se não está tudo perdido...
Por vezes torna-se realmente necessário camuflá-la ou modificá-la, quanto mais não seja para sobreviver...
De idiota.
Tantos, tantos!! Cada vez mais! Socorro!
E ainda se acham cheios de piada!!
De ilusão.
De estar eternamente (feliz) a teu lado...
De imagem.
Cada vez mais o passe para o social e o quotidiano...
Quando não a temos dentro dos parâmetros ditos normais, a estigmatização apodera-se automáticamenete das mentes sórdidas e ditadoras.
Já chega não??
De incompleto.
Sinto-me como chumbo ocre, pesada e incompleta na tua ausência...
De indiferença.
temos todo o direito a ela!!
De infiel.
Afinal de contas o que é a fidelidade?
De inimigo.
Suscita competição...
Estão por vezes nas esquinas da vida mais improváveis...
De ira.
Tanta...
Por algum motivo existem práticas de meditação eficientes como o Yoga...
De importante.
Importa fundamentalmente saber quando se deve parar.
De ir.
Fui...
Royal Diesel Club
É já neste sábado que vai acontecer em Lisboa a tão desejada festa da Diesel 2005...
Mas este ano, acalmem-se os mais entusiastas das grandes e badaladas festas, a Diesel está a preparar uma Privet Party para apenas 150 exlusivíssimos convidados e todos do género masculino... Pois é as damas este ano ficam a roer as unhas de inveja porque a festa é só para eles...
A quem se mostrar realmente interessado e não tenha recebido o pré-convite em casa ou on-line, fica o aviso que podem, até sexta-feira, passar pela loja do Chiado e tentar ganhar um convite duplo...
Eu lá estarei à vossa espera!
Quanto à festa, vai ser divinal, e eu vou ser das poucas presentes para defender o género feminino!!!
See you in the Royal Diesel Club!
Mas este ano, acalmem-se os mais entusiastas das grandes e badaladas festas, a Diesel está a preparar uma Privet Party para apenas 150 exlusivíssimos convidados e todos do género masculino... Pois é as damas este ano ficam a roer as unhas de inveja porque a festa é só para eles...
A quem se mostrar realmente interessado e não tenha recebido o pré-convite em casa ou on-line, fica o aviso que podem, até sexta-feira, passar pela loja do Chiado e tentar ganhar um convite duplo...
Eu lá estarei à vossa espera!
Quanto à festa, vai ser divinal, e eu vou ser das poucas presentes para defender o género feminino!!!
See you in the Royal Diesel Club!
domingo, março 13, 2005
Amanhã
Prometo que amanhã me dedico a 100% ao meu bloguinho que tem andado tão abandonado esta semana que passou...
Hoje estou de rastos...
Hoje estou de rastos...
sábado, março 12, 2005
quinta-feira, março 10, 2005
quarta-feira, março 09, 2005
Criança da Lua
Revela-me a tua face eterna criança da lua.
Revela-te a mim que me consigo mover por entre as tuas estrelas, pelo mapa do teu sangue, pelo teu perfume de mar…
Revela-me o teu corpo de seda, revela-te a mim que padeço desta insónia de amar a tua branca e enigmática alma.
Depois enterra o meu corpo frio dentro de ti, junto do teu peito, no meio das tuas entranhas...
Revela-te a mim que me consigo mover por entre as tuas estrelas, pelo mapa do teu sangue, pelo teu perfume de mar…
Revela-me o teu corpo de seda, revela-te a mim que padeço desta insónia de amar a tua branca e enigmática alma.
Depois enterra o meu corpo frio dentro de ti, junto do teu peito, no meio das tuas entranhas...
segunda-feira, março 07, 2005
Quotidianas Confidências II
Depois de 24h fora do mundo real, voltei ao contacto social com aqueles que mais gosto.
O jantar correu leve e solto por entre conversas banais e pouco sentimentais, mas alguma coisa se estava a trasmutar...
Por vezes parava e olhava para mim, exteriorizando-me do corpo, e uma saudade indefinida invadia-me a alma...
A presença de dois elementos normalmente pouco habituais nas nossas tertúlias, trouxe um constrangimento possívelmente camuflado pela aparente euforia... Afinal faltava a cumplicidade consequente da intimidade e da partilha deste fenómeno que é a amizade...
A quando da mudança de cenário, as atitudes prevalecem tão iguais que se confundem com o fumo que nos cerca os corpos ao som do reagge que nos embala e nos faz ficar mais cool...
Mas aquele sentimento de indiferença e até de troca, prevalece... Efectivamente o que realmente interessa são as meninas que pouco ou nada de interessante têm para dizer...
O ciúme surge assim, finalmente, disfarçado de outros sentimentos de pertença ou de identificação, até que o orgulho fala mais alto, e a hipótese mais válida é virar as costas e seguir em frente... Porque de facto, a casa está cheia de gente, mas tão vazia de amigos e de sentimentos identificativos e de coesão...
No intímo o pensamento acaba sempre por ser aquele mais ou menos egoísta de que "daqui a pouco sentem falta e vão lá ter..."
Mas o cenário muda mais uma vez e está agora ainda mais cheio de nada... tudo se modifica cada vez mais e para pior, agora as amizades não estão de facto fisicamente presentes e o ambiente é de mistura grosseira de géneros e de ondas... só duas coisas se mantêm: nós e a música... Do mal o menos!
Saudades de quando ainda éramos princesas...
O jantar correu leve e solto por entre conversas banais e pouco sentimentais, mas alguma coisa se estava a trasmutar...
Por vezes parava e olhava para mim, exteriorizando-me do corpo, e uma saudade indefinida invadia-me a alma...
A presença de dois elementos normalmente pouco habituais nas nossas tertúlias, trouxe um constrangimento possívelmente camuflado pela aparente euforia... Afinal faltava a cumplicidade consequente da intimidade e da partilha deste fenómeno que é a amizade...
A quando da mudança de cenário, as atitudes prevalecem tão iguais que se confundem com o fumo que nos cerca os corpos ao som do reagge que nos embala e nos faz ficar mais cool...
Mas aquele sentimento de indiferença e até de troca, prevalece... Efectivamente o que realmente interessa são as meninas que pouco ou nada de interessante têm para dizer...
O ciúme surge assim, finalmente, disfarçado de outros sentimentos de pertença ou de identificação, até que o orgulho fala mais alto, e a hipótese mais válida é virar as costas e seguir em frente... Porque de facto, a casa está cheia de gente, mas tão vazia de amigos e de sentimentos identificativos e de coesão...
No intímo o pensamento acaba sempre por ser aquele mais ou menos egoísta de que "daqui a pouco sentem falta e vão lá ter..."
Mas o cenário muda mais uma vez e está agora ainda mais cheio de nada... tudo se modifica cada vez mais e para pior, agora as amizades não estão de facto fisicamente presentes e o ambiente é de mistura grosseira de géneros e de ondas... só duas coisas se mantêm: nós e a música... Do mal o menos!
Saudades de quando ainda éramos princesas...
sábado, março 05, 2005
H
De homem.
Com H grande ou pequeno, é o responsável por tanta desgraça e por tanto prazer.
É preciso saber sê-lo...
De horas.
Tantas e tão poucas. Quando devem passar são eternas e massacrantes, quando as queremos aproveitar passam velozes e apressadas...
De hábito.
Há quem os tenha, bons ou maus, e não os queira largar...
De harém.
Se a sociedade fosse bigama talvez muita gente fosse bem mais feliz...
De haxixe.
Mais palavras para quê?
Se fosse legalizado tanta merda seria evitada...
De hirto.
Firme e hirto como uma barra de ferro!!
De honra.
Há que a saber ter e também saber deixá-la um pouco para trás das costas...
De humanismo.
Deveriamos ter um pouco mais de cuidado e pensar mais no desenvolvimento das qualidades humanas essenciais...
Estamos todos a perder qualidades fundamentais para uma sociedade integra e equilibrada...
De humildade.
Caracteristica básica para qualquer actor social que se preze...
Com H grande ou pequeno, é o responsável por tanta desgraça e por tanto prazer.
É preciso saber sê-lo...
De horas.
Tantas e tão poucas. Quando devem passar são eternas e massacrantes, quando as queremos aproveitar passam velozes e apressadas...
De hábito.
Há quem os tenha, bons ou maus, e não os queira largar...
De harém.
Se a sociedade fosse bigama talvez muita gente fosse bem mais feliz...
De haxixe.
Mais palavras para quê?
Se fosse legalizado tanta merda seria evitada...
De hirto.
Firme e hirto como uma barra de ferro!!
De honra.
Há que a saber ter e também saber deixá-la um pouco para trás das costas...
De humanismo.
Deveriamos ter um pouco mais de cuidado e pensar mais no desenvolvimento das qualidades humanas essenciais...
Estamos todos a perder qualidades fundamentais para uma sociedade integra e equilibrada...
De humildade.
Caracteristica básica para qualquer actor social que se preze...
quinta-feira, março 03, 2005
G
De gato.
Animal selvagem que teimamos em domesticar... Felinos incrivelmente bonitos...
I love'it!
De gastar.
Tudo o que temos e o que não temos.
Já não há, pede-se mais um empréstimo ao banco ou ao agiota...
O que interessa é não deixar passar aquele telemóvel topo de gama, o carro XPTO, as jantaradas e as bubas de cair para o lado...
De gostar.
Gosto tanto de gostar e gosto tanto que gostem de mim...
Pena que por vezes gostemos involuntáriamante do que/de quem não devemos...
De gabar.
Necessidade inerente à maioria de um macho que se preze.
Algumas mulheres também já aprenderam a ser gabarolas... o problema é que a maior parte das vezes mais de metade da gabarolice é pura fantasia...
De ganância.
Por ter o que é nosso e o que é dos outros. Nunca chega, é preciso sempre mais...
Quem tudo quer, tudo perde...
De génio.
Às vezes deviamos olhar melhor à nossa volta... eles andam aí subterfugiados nas nossas próprias mentes...
De grave.
Nem tudo é tão grave quanto parece, a maior parte das coisas são tão simples...
Grave é a inconsciência generalizada dos actores sociais passeantes desta hipócrita sociedade...
Animal selvagem que teimamos em domesticar... Felinos incrivelmente bonitos...
I love'it!
De gastar.
Tudo o que temos e o que não temos.
Já não há, pede-se mais um empréstimo ao banco ou ao agiota...
O que interessa é não deixar passar aquele telemóvel topo de gama, o carro XPTO, as jantaradas e as bubas de cair para o lado...
De gostar.
Gosto tanto de gostar e gosto tanto que gostem de mim...
Pena que por vezes gostemos involuntáriamante do que/de quem não devemos...
De gabar.
Necessidade inerente à maioria de um macho que se preze.
Algumas mulheres também já aprenderam a ser gabarolas... o problema é que a maior parte das vezes mais de metade da gabarolice é pura fantasia...
De ganância.
Por ter o que é nosso e o que é dos outros. Nunca chega, é preciso sempre mais...
Quem tudo quer, tudo perde...
De génio.
Às vezes deviamos olhar melhor à nossa volta... eles andam aí subterfugiados nas nossas próprias mentes...
De grave.
Nem tudo é tão grave quanto parece, a maior parte das coisas são tão simples...
Grave é a inconsciência generalizada dos actores sociais passeantes desta hipócrita sociedade...
Quotidianas Confidências
Foram breves os minutos até chegar a Lisboa.
Não abri o livro do costume, apenas me deixei ficar inerte em posição voyerista e a olhar para dentro de mim...
A insegurança não me deixava concentrar em nada mais do que escassos segundos, mas as imagens perpetuavam-se-me na memória.
À minha frente, um adolescente daqueles que acabaram de entrar da faculdade, impecávelmente vestido, tão engomadinho que até parecia ter dormido em pé, as mãos arranjadas, a pele relusente do creme, os apontamentos tão limpinhos, acabadinhos de ser milimétricamente furados e encadernados... Nada nele estava desalinhado.
Mas o seu olhar, esse não parava um segundo, sempre inconstante entre os apontamentos de química e todas as movimentações à sua volta...
Saí com a minha insegurança a crescer cada vez mais, desci ao interface com o metro e não encontrei um táxi...
Lá caminhei para o subway e deparei-me com uma fila gigantesca para comprar os bilhetes nas máquinas automáticas... Ai minha nossa! Como as pessoas conseguem ser de raciciocínio lento!!
Dois metros depois lá vou eu. Mas não sei bem para onde vou...
Que se lixe! Saí na estação seguinte e meti-me num táxi. Finalmente a segurança de quem sabe para onde me leva!
Correu tudo bem melhor do que esperava (afinal ainda há quem me queira para trabalhar) e alguma ginástica temporal e espacial depois lá voltei eu ao túnel do metro, agora bem mais vazio, e já com um sorriso nos lábios, mas com outra angústia no peito...
Sem mais um cansaço descomunal apoderou-se das minhas costas...
Com o estômago vazio e a cabeça latejante a pedir por alimento e um pouco mais de sono, volto ao comboio que me embalará de regresso aquele local que conheço tão bem e cujo cheiro me tranquiliza...
Mais uma vez o livro matém-se fechado, é agora a preguiça que me invade...
Não abri o livro do costume, apenas me deixei ficar inerte em posição voyerista e a olhar para dentro de mim...
A insegurança não me deixava concentrar em nada mais do que escassos segundos, mas as imagens perpetuavam-se-me na memória.
À minha frente, um adolescente daqueles que acabaram de entrar da faculdade, impecávelmente vestido, tão engomadinho que até parecia ter dormido em pé, as mãos arranjadas, a pele relusente do creme, os apontamentos tão limpinhos, acabadinhos de ser milimétricamente furados e encadernados... Nada nele estava desalinhado.
Mas o seu olhar, esse não parava um segundo, sempre inconstante entre os apontamentos de química e todas as movimentações à sua volta...
Saí com a minha insegurança a crescer cada vez mais, desci ao interface com o metro e não encontrei um táxi...
Lá caminhei para o subway e deparei-me com uma fila gigantesca para comprar os bilhetes nas máquinas automáticas... Ai minha nossa! Como as pessoas conseguem ser de raciciocínio lento!!
Dois metros depois lá vou eu. Mas não sei bem para onde vou...
Que se lixe! Saí na estação seguinte e meti-me num táxi. Finalmente a segurança de quem sabe para onde me leva!
Correu tudo bem melhor do que esperava (afinal ainda há quem me queira para trabalhar) e alguma ginástica temporal e espacial depois lá voltei eu ao túnel do metro, agora bem mais vazio, e já com um sorriso nos lábios, mas com outra angústia no peito...
Sem mais um cansaço descomunal apoderou-se das minhas costas...
Com o estômago vazio e a cabeça latejante a pedir por alimento e um pouco mais de sono, volto ao comboio que me embalará de regresso aquele local que conheço tão bem e cujo cheiro me tranquiliza...
Mais uma vez o livro matém-se fechado, é agora a preguiça que me invade...
quarta-feira, março 02, 2005
F
De falar.
Sem parar, falar com toda agente, dizer "bom dia" ao vizinho, "desculpe" à srª que vem contra nós, "com licença" ao passar mesmo que não vá incomodar.
Comunicar com o Srº Drº e com o mendigo...
Falar com os outros e connosco mesmos, falar sozinho...
De ficar.
Ficar bem pertinho, espacialmente ou mentalmente, estar presente, sempre.
De foder.
A vida dos outros, a nossa própria vida...
Passamos o tempo todo a tentar arranjar a melhor forma de nos fodermos uns aos outros...
Exteriorizar selvaticamente os nossos instintos animalescos numa boa noite de prazer e suor... Queimar calorias!
De fotografar.
Gravar bem fundo na nossa memória as imagens cadentes mais simples, mais majestosas.
Tirar o pó das fotos antigas de dentro daquelas velhas caixas de cartão, chorar lágrimas salgadas cheias de saudade dos tempos ídos...
De fachada.
Tanta, em todo o lado... Nunca ninguém calcula o que está do outro lado do espelho!
De fado.
Triste fado o nosso, povo melancólico...
De falso.
Nem tudo o que reluz é ouro...
Tanta falsidade neste mundo que ás tantas já nem sei o que é de facto verdade ou mentira...
De familia.
Conceito cada vez mais difuso... O que realmente interessa é o respeito e o carinho existente entre os entes queridos...
De faneca.
Há quem adore chamar "faneca" às gajas boas, mas será que sabem que dizer "faneca" é o mesmo que dizer, para além de peixe, "bocado murcho"?!?
De fascínio.
Por aquele brilho nos teus olhos, o teu cheiro...
As palavras soltas nas conversas enebriadas...
De fé.
Queria perceber porque é tão necessário acreditar que não passamos de marionetas comandadas por alguém...
Será que ninguém consegue perceber que a fé está e somos nós?
De feio.
Tanta gente feia!! O pior são aqueles que o são vindo de dentro!
De fogo.
Fonte de vida, alimento da paixão...
Quero arder no teu fogo eternamente...
Mas há quem brinque demasiado com ele e se queime...
De frustrado.
Pão de cada dia desta nossa juventude sem horizontes nem vontades...
De fundamental.
O importante é nunca perder o alcance, o fundo, o cerne das nossas vontades e sonhos.
O fundamental é não desistir mas saber controlar.
Sem parar, falar com toda agente, dizer "bom dia" ao vizinho, "desculpe" à srª que vem contra nós, "com licença" ao passar mesmo que não vá incomodar.
Comunicar com o Srº Drº e com o mendigo...
Falar com os outros e connosco mesmos, falar sozinho...
De ficar.
Ficar bem pertinho, espacialmente ou mentalmente, estar presente, sempre.
De foder.
A vida dos outros, a nossa própria vida...
Passamos o tempo todo a tentar arranjar a melhor forma de nos fodermos uns aos outros...
Exteriorizar selvaticamente os nossos instintos animalescos numa boa noite de prazer e suor... Queimar calorias!
De fotografar.
Gravar bem fundo na nossa memória as imagens cadentes mais simples, mais majestosas.
Tirar o pó das fotos antigas de dentro daquelas velhas caixas de cartão, chorar lágrimas salgadas cheias de saudade dos tempos ídos...
De fachada.
Tanta, em todo o lado... Nunca ninguém calcula o que está do outro lado do espelho!
De fado.
Triste fado o nosso, povo melancólico...
De falso.
Nem tudo o que reluz é ouro...
Tanta falsidade neste mundo que ás tantas já nem sei o que é de facto verdade ou mentira...
De familia.
Conceito cada vez mais difuso... O que realmente interessa é o respeito e o carinho existente entre os entes queridos...
De faneca.
Há quem adore chamar "faneca" às gajas boas, mas será que sabem que dizer "faneca" é o mesmo que dizer, para além de peixe, "bocado murcho"?!?
De fascínio.
Por aquele brilho nos teus olhos, o teu cheiro...
As palavras soltas nas conversas enebriadas...
De fé.
Queria perceber porque é tão necessário acreditar que não passamos de marionetas comandadas por alguém...
Será que ninguém consegue perceber que a fé está e somos nós?
De feio.
Tanta gente feia!! O pior são aqueles que o são vindo de dentro!
De fogo.
Fonte de vida, alimento da paixão...
Quero arder no teu fogo eternamente...
Mas há quem brinque demasiado com ele e se queime...
De frustrado.
Pão de cada dia desta nossa juventude sem horizontes nem vontades...
De fundamental.
O importante é nunca perder o alcance, o fundo, o cerne das nossas vontades e sonhos.
O fundamental é não desistir mas saber controlar.
terça-feira, março 01, 2005
E
De eclético.
Saber aproveitar o melhor de cada um, de cada género, de cada ideologia, de cada paixão.
Saber distinguir o que é bom de facto e o que nos agrada mais...
De eco.
Vozes perdidas no meio dos seres. Ecos cheios de esperança, necessidade de respostas às perguntas difusas e deambulantes das almas perdidas no meio ondas sonoras...
Ecos de sonhos perdidos...
De elegante.
As palavras, os gestos, os olhares...
Ser elegante de alma e coração, fazer a elegância transpirar em todos os nossos poros.
De efémero.
Cada vez mais...
O corpo, a beleza, a juventude, o trabalho...
O amor próprio está em risco de passar de validade... para não falar do carácter...
Somos cada vez mais protótipos que pouco ou nada dão e pouco ou nada duram... Cada vez mais descartáveis.
De espermatozóide.
Amiguinhos íntimos deles, o terror da vida delas, lá andam sempre no seu corre-corre atarefado desejando dar finalmente o grito da liberdade.
De emoção.
Rir, chorar, gritar, sussurrar, arripiar... tudo!
Simplesmente sentir.
De efeminado.
Há quem já lhes chame metrossexuais. São a ternura das gaja e o desgosto dos gajos...
Será preciso perceber que as modas chegam e afectam tudo e todos...
De egoísmo.
Caracteristica popular entre as gerações mais novas e a começar a ser popular entre as mais velhas.
Estranho é não o ser.
De eliminar.
Tudo o que não é aparentemente útil ou necessário.
Sem razão nem apelo...
Extreminação social camuflada.
De emancipação.
Conquista permanente e nem sempre realmente aceite. A nossa sociedade consegue ser tão hipócrita...
De enlouquecer.
Por amor, por ciúme, por raiva, por indiferença ou por disfunção...
Enlouquecer de prazer no meio de sémens e suores perdidos nas noites frias.
De enfadamento.
Sensação de desligamento total das realidades circundantes... a maioria das conversas de hoje em dia. Que tédio!
Repetição permanente das rotinas sem vontade de as mudar...
De errar.
Cair e levantar a cabeça...
Saber perceber quando e onde...
Parar de os repetir...
De enganar.
Arte de estar em permanete mutação e artimanha...
Mil e uma caras... Há sempre um dia em que a máscara cai...
De esgar.
Transposição de sentimentos cá para fora...
Tão saudável e desconhecido da maior parte das pessoas... Um esgar para exorcizar medos e doenças...
De estupidez.
Ai tanta!!
O melhor por vezes é fazer de conta que não se ouve...
Tanta barbaridade que baila por esta nossa sociedade...
De estigma.
Por vezes até parece que está intrínseco nas pessoas...
De eterno.
Que o amor seja eterno enquanto dure.
Que a eternidade dos dias nos guarde na memória as recordações dóceis da vida.
Saber aproveitar o melhor de cada um, de cada género, de cada ideologia, de cada paixão.
Saber distinguir o que é bom de facto e o que nos agrada mais...
De eco.
Vozes perdidas no meio dos seres. Ecos cheios de esperança, necessidade de respostas às perguntas difusas e deambulantes das almas perdidas no meio ondas sonoras...
Ecos de sonhos perdidos...
De elegante.
As palavras, os gestos, os olhares...
Ser elegante de alma e coração, fazer a elegância transpirar em todos os nossos poros.
De efémero.
Cada vez mais...
O corpo, a beleza, a juventude, o trabalho...
O amor próprio está em risco de passar de validade... para não falar do carácter...
Somos cada vez mais protótipos que pouco ou nada dão e pouco ou nada duram... Cada vez mais descartáveis.
De espermatozóide.
Amiguinhos íntimos deles, o terror da vida delas, lá andam sempre no seu corre-corre atarefado desejando dar finalmente o grito da liberdade.
De emoção.
Rir, chorar, gritar, sussurrar, arripiar... tudo!
Simplesmente sentir.
De efeminado.
Há quem já lhes chame metrossexuais. São a ternura das gaja e o desgosto dos gajos...
Será preciso perceber que as modas chegam e afectam tudo e todos...
De egoísmo.
Caracteristica popular entre as gerações mais novas e a começar a ser popular entre as mais velhas.
Estranho é não o ser.
De eliminar.
Tudo o que não é aparentemente útil ou necessário.
Sem razão nem apelo...
Extreminação social camuflada.
De emancipação.
Conquista permanente e nem sempre realmente aceite. A nossa sociedade consegue ser tão hipócrita...
De enlouquecer.
Por amor, por ciúme, por raiva, por indiferença ou por disfunção...
Enlouquecer de prazer no meio de sémens e suores perdidos nas noites frias.
De enfadamento.
Sensação de desligamento total das realidades circundantes... a maioria das conversas de hoje em dia. Que tédio!
Repetição permanente das rotinas sem vontade de as mudar...
De errar.
Cair e levantar a cabeça...
Saber perceber quando e onde...
Parar de os repetir...
De enganar.
Arte de estar em permanete mutação e artimanha...
Mil e uma caras... Há sempre um dia em que a máscara cai...
De esgar.
Transposição de sentimentos cá para fora...
Tão saudável e desconhecido da maior parte das pessoas... Um esgar para exorcizar medos e doenças...
De estupidez.
Ai tanta!!
O melhor por vezes é fazer de conta que não se ouve...
Tanta barbaridade que baila por esta nossa sociedade...
De estigma.
Por vezes até parece que está intrínseco nas pessoas...
De eterno.
Que o amor seja eterno enquanto dure.
Que a eternidade dos dias nos guarde na memória as recordações dóceis da vida.
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