quinta-feira, março 17, 2005

Ai os homens!!

Às vezes dou por mim a perguntar-me como pode o homem, o macho, o género masculino da questão universal que a todos nos toca, ser tão básico...
Parece-me demasiadas vezes estar a ouvir o mesmo cd riscado, como que uma formatação barata de uma fórmula eficaz de dar conversa às meninas e aos nacos de carne que estão prontos a ser devorados...

Será possível que não consigam ter dois dedos de sangue frio e pensar que tantas vezes dizem a mesma coisa a tanta gaja diferente, que às tantas (e ainda por cima este mundo é tão pequeno!) nada lhes dá um pingo de credibilidade?
Tanto falam e tanto se vanglorizam de que fizeram e aconteceram, brandando a sete ventos e para quem quiser ouvir a bandeira da sua virilidade masculina, que qualquer gaja que se preze e com noção do que anda aqui a fazer, não lhes vai nunca dar mais do que meia dúzia de frases insinuantes e provocatórias?!?

Parece-me a mim lógico que por mais que a atracção crepite e a tesão grite enlouquecida "Satisfaz-me!!", as gajas que cairão na lábia (por vezes hipnótizante) destes garanhões com cabeça de putos reguilas, pouco ou nada mais saberão discirnir do que 2+2=4...

8 comentários:

A. disse...

Ou então, se forem mais inteligentes, podem sempre fingir que caem na cantiga, enquanto os comem tal qual viúva negra...

SK disse...

É a velha questão da eficácia. Por vezes, a frontalidade e honestidade também não produzem os efeitos desejados. É uma gaita, mas é verdade. E se de alguma forma esses ditos básicos aplicam a mesma fórmula recauchutada, é porque a taxa de sucesso é satisfatória o suficiente para garantir continuidade.
Parece uma infelicidade, mas verifica-se...
Nestas coisas não existem fórmulas, é verdade, mas exstirá alguma forma de estabelecer comunicação que valha a pena? O conceito da abordagem inteligente terá algum impacto ou verificação na realidade? Ou podemos somente confiar na sorte, ser nós próprios, e mandar o barro á parede a ver se cola?
É que decifrar os códigos dos sujeitos que encarnam os nossos desejos, sejam lá eles quais forem, também dependem da disponibilidade dos mesmos. E por vezes pressiona-se o pedal do acelerador porque as outras opções são parecidas com ver o Lucky Luke a desaparecer no horizonte sem olhar para trás.
Mas também me entristece a lógica da cantiga do bandido, especialmente pela eficácia que tem. :)

Squeezy disse...

Bem mas se o continuam a fazer é pk resulta.. n será,
mas tal como disse a "luna" caem pk querem, pois já vi colegas minhas "cair" em cantigas k de certeza não foram pelo k ele dizia mas sim pelo k ele lhes podia dar...
Mas bem eu sou suspeito ao falar nisto ;)

roque disse...

Espero não ser mal compreendido dentro da compreensão possível do que vou tentar escrever a seguir, uma vez que posso demonstrar alguma agressividade que não está, de todo, patenteada nas minhas palavras, mas... acho que estás a ser demasiado femininista ao esterotipares assim o nosso género de "Machos", uma vez que,e posso afirmá-lo sem qualquer dúvida alguma do que estarei a dizer, já encontraste muitos homens bastante longe dessa descrição tão fidedigna da forma como nos tens visto até hoje. Se calhar o problema reside em que vocês mulheres (estou a generalizar da mesma forma como o fizeste) gostam de ouvir um bom piropo de vez em quando e gostam de ser "assediadas", no bom sentido claro. Esses campeões de que tu tanto falas metem-me nojo. "fiz faço e aconteço's" etc... nisso perfeitamente de acordo... mas se calhar têm "mercado" para actuarem dessa forma. Portanto, se calhar, devemos generalizar o contexto do teu texto não só a tentar denegrir a imagem dos homens("em geral") como também, da imensidão de Prosti-Vacas que andam por aí a correr sempre ao apelo dos homens que têm os bolsos cheios de pasta, carro topo de gama, diamante na ponta da pila(desculpem o termo) e cérebro de amendoim... Essa é a verdadeira essência do amor nos finais do séc.XX, e inícios do Séc.XXI.
Angela, as mulheres caem da mesma forma que os homens caem... apenas mudam os motivos...
Squeezy, tens toda a razão...
Luna, todas estão sujeitas a cair numa cantiga do bandido, até mesmo as mais "inteligentes", existem demasiadas variáveis nos jogos de atracção...
S.K... é pena só ter lido agora o teu comment... : )

NSC disse...

É tudo uma questão de poder.
O poder, como o define a dinâmica social, tem uma dimensão de reciprocidade. Ou seja, em cada relação de poder - e qualquer relação social é uma relação de poder - há trocas. Trocas de bens, de serviços, de interesses, de conhecimentos.
É isso que o engate é: uma troca. Nada tem de predatório, é apenas uma expressão da necessidade de sobrevivência dos Homo Sapiens, que se prende com a realidade social da espécie.

Amora Silvestre disse...

Como mulher, muitas destas questões também se me colocam. Neste momento da minha vida, percebo muitas coisas que antes não percebia. Primeiro, que há machos e fêmeas absolutamente básicos. Segundo, que isso não tem importância nenhuma. Terceiro, em que parte de mim tocam essas atitudes de "tentativa de engate"? Porque me aborrecem?
Eu não gosto de ser assediada, como alguém aqui já sugeriu ser característica (generalizada, é certo) das mulheres. Eu gosto de ser amada, só isso. Agora, aqui depende de cada pessoa - como é que se sente amada... seja homem ou mulher.
Às vezes, gosto de sexo sem necessariamente ser amada, e não me sinto culpada por me sentir assim. Às vezes, gosto. Pronto! Outras vezes, apetece-me ser "namorada", seduzida com carinho, sem sequer pensar em sexo ... enfim. Todas as pessoas têm momentos diferentes.
Porque é que também eu, como mulher, sinto eventualmente alguma agressividade neste processo de "conquistar" alguém?
Confesso que também não sei explicar. Mas também sinto essa agressividade em relação aos homens, por vezes. Não é sempre.

Luís F. Simões disse...

Nestas questões as coisas são como são, mesmo quando apenas parecem...

Viva o engate. Adoro engatar e ser engatado ainda mais. É pena é que poucas o saibam fazer.

Blackmarrow disse...

Toda a fêmea gosta de ser assediada, não se pode negar a condição feminina ou a Natureza! Os animais são o exemplo mais fiel daquilo que se passa com o Homem, só que nós já o enchemos de máscaras e de hipócrisias. Assim, o engate não tem que ser grosseiro, pode ser já bem dissimulado e manifestar os requintes da arte.
Nenhuma mulher gosta só de ser amada, mentem ao afirmá-lo (cf. pp)... gosta sobretudo que o parceiro a destaque das outras, que a elogie, que a faça sentir-se especial!
Ao fim e ao cabo, o engate é uma forma de exclusividade, destaca-se uma mulher no meio de tantas outras. Os sentimentos mais profundos podem vir a seguir, mas o facto de um homem escolher uma mulher no meio de tantas outras, ainda que inconscientemente, traduz a supremacia daquela fêmea dentro do universo que representa.