terça-feira, março 22, 2005

Um dia...


Um dia, quando morrer, quero ser cremada e deitada ao mar...

Não quero ser enterrada, faz-me confusão o culto dos mortos. Não quero lágrimas nem dramas desnecessários, sei que só farei realmente falta a quem me ama de verdade e esses são muito poucos...
Quero, num dia de sol radiante e ao som de "Litle Things", "Softly" e "Lullaby" de Lamb ( e por esta ordem), ser lançada ao mar sereno da Costa da Caparica, que me viu nascer e onde tanto ri e chorei, na pequena praia em frente à antiga pensão do meu avô materno, que apesar de já ter sido derrubada ainda lhe sinto o cheiro...

Quero que se lembrem de mim tal como sou, com todos os meus defeitos e antipatias...
As partes boas de mim ficarão gravadas de tal forma em quem tiver que ser que não será necessário o esforço de memória...

Um dia, não se esqueçam disto...

12 comentários:

pita disse...

Queres ser Cremada, mas tem cuidado que pela imagem ainda morres afogada!!!!
Simplesmente tua? Minha?lol

Parabéns pelo Blog e já agora obrigado pela visita

http://souburro.blogspot.com

Blackmarrow disse...

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Mário de Sá Carneiro

Anónimo disse...

deixas-te lá uma pub um dia destes no meu espaço... és da costa tu? agora é cidade aquela merda... já tem mais de 17 pessoas e 4 turistas pronto... é cidade... eu sou margem sul tambem... isso de seres cremada é capaz de ser chato pk depois nng t reconhece e ficas assim a atirar pró escuro... pronto mas isso é como kiseres... ora então um grande bem haja

Vítor disse...

Quero morrer aos 73 anos, quando as forças me faltarem. Nesse momento quero estar algures a mais de quatro milmetros acima do nível do mar. Quero morrer rodeado de neve e de vida. Ser um cadáver perdido entre pedras, mas com a memória bem viva naqueles que me amam e que para sempre irão amar-me. Que o meu corpo seja humus de vida, para que a natureza siga o seu ciclo. Eternamente fazer parte de tudo. Até lá, viver sem abrandar... "sugar o tutano da vida"... :)

Anónimo disse...

«...ser lançada ao mar sereno da Costa da Caparica...»?!
Ah! 'nina! ou tu nunca foste à Costa ou não sabes o que quer dizer sereno!!!!
(Isto há gente que p'rás dizer, nem as pensam!)

Anónimo disse...

ó insolente desculpa lá mas umas aulinhas de português não te faziam mal nenhum:
deixas-te (verbo reflexivo no Presente. Infinitivo: Deixar-se)
deixaste (verbo deixar no Pretérito Perfeito [para ti - Passado]). Não sei mas eu cá na minha ignorância penso que será empregue, no contexto, este último caso!

ó Blackmarrow tu até tens pintarola, mas vais ter que levar com ele:
«A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de VELUDO.» - QUE RIMA COM BURRO...

Blackmarrow disse...

Eu dei logo conta, mas já estava publicado. Quando os deditos são grossos! Mas então que quer?... estava só com o pensamento no burro!

MissM disse...

Harpia, baby... não sei que praias da Costa é que conheces, mas com certaza não deves conhecer as mesmas que eu, nem tão pouco as da linha de Sintra (aí sim não ha qq tipo de serenidade)...
Pelos vistos a tua serenidade é mt diferente da minha ou então só vais á praia em plena maré viva...

Insolente... não sou da Costa, vivi mts anos em Almada...

Anónimo disse...

Sereno, [1] adj. calmo; ordeiro; sossegado; impávido; ameno.

Que eu saiba o mar na Costa da Caparica é precisamente o contrário: revolto, desordeiro; frio. Até se costuma dizer: «queres praticar Surf, vai até à Costa». Surf não se pratica propriamente com mares serenos, babe!

MissM disse...

...que tu saibas...

Anónimo disse...

que eu e toda a gente que empregue correctamente a palavra «sereno» saiba.

NSC disse...

Eu também quero ser cremado. Mas a mim metem-me num vaso e plantam lá malaguetas. E todos os anos os meus amigos que estiverem vivos fazem uma grande patuscada bem picante e dizem:
- Este gajo é lixado... porra, que tenho a boca toda a arder.