domingo, março 27, 2005

Se os olhos verdes da criança que brinca sentada no chão do jardim brilhassem eternamente, se existisse naquele olhar o reflexo de algo eterno, será que ela alguma vez iria sentir saudade?
Existem momentos que nunca foram reais, lembranças que nunca fizeram parte de uma vida inteira, mãos que nunca tocaram aquele rosto e que nunca limparam as lágrimas que por ele abaixo rolaram.
Existem desejos profundos que necessitam de ser realizados, outros não.
Talvez sejam os desejos que provocam algo que nos acelera o sistema nervoso, que nos faz fervilhar entre uma estranha sensação que nos invade o corpo, que nos faz pensar, sentir um turbilhão de emoções ao mesmo tempo, amor, ódio, vazio, alegria...
E sempre a saudade.
Permanente, inalcançável, sempre aquele sentimento de falta…

1 comentário:

NSC disse...

Ó Maria, já o Pascoaes (para quem não conhece, o poeta mais poeta de sempre) dizia mais ou menos isto:

A saudade é esperança no passado
A esperança é saudade do futuro.